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Após um ano da morte de Fábio, MST reafirma luta por uma vida sem violência no campo

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Militantes iniciaram caminhada na localidade da morte de Fábio Santos | FOTO: Kleidir Costa |

A luta pela reforma agrária, igualdade de direitos e paz no campo foi reafirmada nesta quarta-feira (2), em Iguaí, a 497km de Salvador. O município sediou manifestações alusivas à memória de Fábio dos Santos, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), vítima de emboscada há um ano, quando se dirigia com a família para o Assentamento Marcha Brasil, zona rural do município. Familiares, colegas de militância, autoridades políticas e religiosas da região cobraram pelos resultados das investigações, ao longo da programação organizada para o dia. Estiveram presentes delegações de nove regiões da Bahia, segundo estimativa da organização.

A Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (SPM), Vera Lúcia Barbosa, oriunda do MST, afirmou que as manifestações foram importantes para reafirmar os direitos do povo do campo de acesso à vida digna e ao trabalho. “O patrimônio, inclusive, as propriedades de terra, não pode estar acima da vida” disse Barbosa, em ato realizado na praça central da cidade. Ela destacou que “as famílias e as mulheres são as que mais sofrem” com a violência nas áreas rurais. Horas antes, os trabalhadores participaram de uma missa celebrada no local do crime. Logo após, seguiram em marcha pela BA 262, bloqueando parte da via, um dos acessos à entrada de Iguaí.

Viúva da liderança assassinada, Sandra Regina, relatou em carta o sentimento pela perda de Fábio, que deixou três filhos menores de idade. “Que bom seria estarmos reunidos para uma atividade do MST como tantas outras em que nosso companheiro Fábio estivesse presente. Mas hoje é uma data de grande tristeza. Faz um ano que a dor, o sofrimento e a revolta habitam em nossos corações”, disse.

“Sei que não o teremos de volta, mãos vocês não sabem como dói ver minha filha Monalisa chamar ‘Dedé’ por dois meses, todos os dias. Esse era o jeito carinhoso que ela chamada o pai”, desabafa, em outro trecho. Antes do crime, de acordo com o movimento, a vítima havia sofrido ameaças, possivelmente por conta de interesses de grupos de latifundiários da região. “Queremos que a Justiça faça a sua parte para apurar este crime. Vamos acampar em Iguaí se for preciso”, afirmou Elisabeth Rocha, da direção nacional do MST.

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