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Comissão da Verdade localiza dados que podem levar a restos mortais de desaparecidos da ditadura

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Comissão Nacional da Verdade divulga informações sobre o paradeiro de desaparecidos políticos. Da esquerda para a direira: Mauro Yared, Pedro Dallari, João Paulo Cavalcanti Filho e André Saboia | FOTO: José Cruz/Agência Brasil |

Os restos mortais de Paulo Torres Gonçalves e Joel Vasconcelos Santos, desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985) podem estar perto de serem localizados. De acordo com André Saboia, secretário-executivo da Comissão Nacional da Verdade (CNV), há cerca de um mês foram encontradas fichas datiloscópicas de pessoas enterradas como indigentes no Rio de Janeiro. Com base nessas informações, a CNV pode chegar aos locais onde eles foram enterrados como indigentes. “Nós descobrimos esse fichário no Rio de Janeiro, que nunca tinha sido acessado. São várias fichas datiloscópicas. A comissão com seus pesquisadores no Rio de Janeiro, com o apoio do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, com uma boa relação com o governo do estado, abriu esses arquivos policiais. Nunca tinha havido um acesso tão pleno a essa documentação”, disse durante entrevista à imprensa.

Com o cruzamento de dados como os das datas de morte, do desaparecimento e do laudo com a comparação das digitais foi possível identificar saber os cemitérios para onde os corpos foram enviados. Com isso será possível investigar os livros dos cemitérios de Ricardo de Albuquerque e da Cacuia, para identificar o local exato onde os restos mortais foram enterrados. Paulo Torres Gonçalves era estudante e desapareceu em março de 1969, depois de sair de casa para ir ao colégio. Joel Vasconcelos Santos também era estudante e fazia parte do Partido Comunista do Brasil (PCdo B). Ele foi preso em 1971, próximo ao Morro do Borel, na Tijuca, e nunca mais foi visto. Na quarta-feira (10), a Comissão Nacional da Verdade entregará à presidenta Dilma Rousseff o relatório com o resultado de mais de dois anos de trabalho. Da Agência Brasil.

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