Ícone do site Jornal da Chapada

Delações de lobistas foram decisivas para prisão de Dirceu, diz delegado da PF

foto
Dirceu já vinha sendo investigado desde o início do ano no âmbito da Lava Jato | FOTO: Reprodução |

Os depoimentos dos lobistas Milton Pascowitch e Júlio Camargo foram essenciais para a convicção da necessidade de prisão do ex-ministro José Dirceu nesta segunda-feira (3), na 17ª fase da Operação Lava Jato, denominada Pixuleco. Em prisão domiciliar após condenação na Ação Penal 470, o processo do mensalão, Dirceu já vinha sendo investigado desde o início do ano no âmbito da Lava Jato.

De acordo com o delegado da Polícia Federal Marco Antonio Ancelmo, a força-tarefa da Lava Jato solicitou a prisão do ex-ministro somente após confirmar que Dirceu tem envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras. “Estávamos aguardando elementos que permitissem a confirmação de hipóteses que tínhamos, que se confirmaram recentemente com o acordo de delação do [Milton] Pascowitch e Júlio [Camargo] e também situações que conseguimos confirmar, que até um tempo atrás não tínhamos certeza”, explicou.

Leia também:
Esquema de corrupção na Petrobras foi iniciado por José Dirceu, diz MPF
Não existe possibilidade real de Lula ser preso, diz procurador
Polícia Federal prende José Dirceu em nova fase da Operação Lava Jato
Após prisão de Dirceu, ministro diz que investigação não chegará a Dilma

Segundo o delegado, o nome dado à operação é uma referência ao termo usado por alguns dos investigados para se referir ao pagamento de propina. “Pixuleco é, basicamente, porque essa fase das investigações envolveu o pagamento de propinas, tanto de pagadores como recebedores, de todas a natureza, desde a reforma de apartamento, construção de apartamento do Renato Duque [ex-diretor da Petrobras], pagamento por ordem de [João] Vaccari [ex-tesoureiro do PT] a terceiros, pagamento de obras de arte feitas por Renato Duque e Milton Pascowitch. Temos pagamento de toda a natureza e valores, desde R$ 50 mil, para o filho de Renato Duque, a contrato de R$ 10 milhões”, informou Ancelmo.

Em acordo de delação premiada, o lobista Milton Pascowitch disse que intermediou o pagamento de propina a Dirceu e ao Partido dos Trabalhadores. Já Júlio Camargo contou, também após assinar acordo de delação premiada com a Justiça, que repassou R$ 4 milhões a Dirceu.

A Polícia Federal prendeu hoje também Luiz Eduardo, irmão de Dirceu, em Ribeirão Preto. Preso temporariamente, Luiz Eduardo é apontado pela PF como laranja do ex-ministro e responsável por receber recursos de empreiteiras com contratos com a Petrobras, mesmo depois de deflagrada a Operação Lava Jato. A defesa de José Dirceu informou que vai se manifestar sobre o assunto, após ter acesso aos documentos que motivaram a prisão. A assessoria do PT disse que não vai comentar as acusações de Pascowitch. Da Agência Brasil.

Sair da versão mobile
Pular para a barra de ferramentas