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Após 18 anos, Feira de Santana retoma atividade de transplante renal

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O transplante foi realizado no Hospital Dom Pedro de Alcântara, pela equipe de profissionais | FOTO: Meramente Ilustrativa/A Criativa |

Depois de 11 anos sendo submetida a sessões de hemodiálise três dias na semana, a professora aposentada M.S.C., 50 anos, portadora de insuficiência renal crônica, foi submetida na manhã desta terça-feira (18) a um transplante renal, marcando a retomada, depois de 18 anos, desse tipo de cirurgia no município de Feira de Santana. O transplante, realizado no Hospital Dom Pedro de Alcântara, pela equipe de profissionais coordenada pelo nefrologista Túlio Carvalho, possibilitará que a paciente retome suas atividades normais, sem a dependência da máquina de diálise.

A reativação das atividades de cirurgia de transplante renal em Feira de Santana foi possível após o credenciamento, pelo Ministério da Saúde, das equipes de profissionais, que foram capacitadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio da Coordenação do Sistema Estadual de Transplantes (Coset). No Hospital Dom Pedro de Alcântara, unidade filantrópica da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, duas equipes estão credenciadas para o procedimento.

Solidariedade
A cirurgia de transplante renal realizada nesta terça em Feira de Santana foi possível também graças ao ato de solidariedade da família de um jovem de 28 anos, que morreu no Hospital do Subúrbio, vítima de acidente de transito, na noite de domingo (16). A captação dos órgãos doados, feita em Salvador, beneficiou mais duas pessoas em lista de espera para transplante de órgãos – uma do sexo feminino, de 56 anos, que foi submetida a transplante de fígado, no Hospital Português, e outra também do sexo feminino, de 46 anos, submetida a transplante renal no Hospital São Rafael.

O médico Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, ressalta que diversos investimentos estão sendo feitos no programa de transplantes da Sesab com resultados positivos, mas ainda existem inúmeros obstáculos a serem vencidos, entre eles o desconhecimento do processo doação/transplante por parte da população, e até de alguns profissionais de saúde e, principalmente, o alto índice de negativa familiar, que é na Bahia é superior a 70%.

O médico lembra o registro, esse ano, da primeira doação de órgãos em Ribeira do Pombal, dentro do processo de interiorização das atividades de doação/transplante de órgãos, e a retomada da atividade de transplante renal em Feira de Santana e anuncia a realização de transplante cardíaco e pulmonar no Hospital Ana Nery, unidade já credenciada pelo Ministério da Saúde para esses procedimentos, e o credenciamento da Santa Casa de Misericórdia de Vitória da Conquista para realizar transplante renal.

A Bahia possui sete Grupos de Apoio à Doação, distribuídos em Salvador e nos municípios de Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna e Teixeira de Freitas atuando na busca ativa de órgãos para transplante, além de 30 Comissões Intra Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT).

Esse ano, entre os meses de janeiro e julho, foram contabilizadas em todo o estado, 56 doações de múltiplos órgãos e 178 de córneas, possibilitando a realização de 283 transplantes, sendo 13 de fígado, 29 de rins, 195 de córnea e 31 de esclera. Além disso, foram feitos 31 transplantes de medula e 10 de rins com doador vivo.

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