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Gordura abdominal: Quando a “barriguinha de chopp” deixa de ser charme e vira risco à saúde?

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37,7% dos brasileiros tem cintura aumentada segundo Pesquisa Nacional de Saúde divulgada pelo IBGE | FOTO: Reprodução |

Nos últimos meses o interesse das mulheres pelos “dad bods”, ou seja, pelos homens com físico um pouco mais relaxado, com o abdômen quase sempre saliente, típico daqueles que se tornaram pais ganharam destaque nos noticiários e nas redes sociais pelo mundo. Mas, seria mesmo verdade que os pais são mais relaxados com o físico? Um estudo da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, divulgado em julho, afirma que sim, que os homens tendem a ganhar peso quando se tornam pais.

Mas, atenção homens, papais ou não, a famosa barriguinha de chopp pode até ter caído nas graças da mulherada, mas é preciso estar atento para saber quando ela deixa de ser um charme e passa a representar um perigo à saúde. As doenças cardiovasculares que, segundo dados do Ministério da Saúde, representam cerca de 30% das mortes registradas no país, deste total 60% homens, estão entre os principais riscos provocados pelo acúmulo de gordura no abdômen.

Na avaliação do tamanho da cintura dos brasileiros feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada nesta sexta-feira (21), foi constatado que 37,7% dos brasileiros tem cintura aumentada, deste total 21,8% são homens. Segundo o educador físico Neto Amorim, coordenador da unidade Villas 2, da Rede de Academias Alpha Fitness, a medida ideal da circunferência abdominal nos homens é de até 102 centímetros, a partir daí é hora de ligar o alerta. Mas, não são só eles que devem se preocupar, o alerta é válido também para as mulheres, afinal este é um risco para ambos os sexos. No caso delas o limite ideal para a circunferência abdominal é de 88 centímetros e de acordo com a PNS este é um problema que atinge 52,1% das mulheres.

A PNS revelou ainda que no Brasil, 56,9% das pessoas com mais de 18 anos estão com excesso de peso, ou seja, têm um índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 25. Já 20,8% das pessoas são classificadas como obesas por terem IMC igual ou maior que 30. Vale lembrar que obesidade é um fator de risco importante também para o câncer.

Mas o que é a gordura abdominal ou “barriga de chopp”? Segundo Amorim, essa é um tipo de gordura visceral, que envolve os órgãos como intestino, pâncreas e fígado, e além dos riscos cardíacos pode provocar diabetes e hipertensão. “Lembrando que uma pessoa com pressão alta é um forte candidato ao infarto”. Os fatores de risco associados à obesidade abdominal são mais comuns em indivíduos na faixa etária de 25 a 59 anos e a má alimentação e o sedentarismo figuram entre os principais agentes causadores dessa “barriguinha”, afirma.

Segundo ele, perder a gordura abdominal requer tempo, dedicação e muita disciplina, pois os resultados costumam demorar um pouco para serem percebidos, cerca de seis meses. “A atividade física é uma soma no processo da perda desse acúmulo de gorduras no abdômen. Para que se obtenha uma diminuição considerável do tecido adiposo que dá corpo à circunferência abdominal os exercícios precisam estar associados a uma alimentação equilibrada e saudável”. De acordo com Amorim exercícios aeróbicos como corridas, aulas de bikes, jump, musculação e esportes em geral são os mais eficientes para obter o resultado pretendido.

Para quem quer manter o “charme” sem prejudicar a saúde as dicas são: “Procurar um nutricionista para equilibrar e montar o quadro de alimentos saudáveis e o consumo ideal de calorias diárias e evitar frituras, gorduras, bebidas alcoólicas e refrigerantes”. A cervejinha do final de semana está liberada, mas atenção sem exageros: “No máximo dois copos”, diz Neto Amorim.

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