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PSOL oficializa candidatura da primeira transexual a disputar uma prefeitura no Brasil

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A transexual Samara Braga estreia a participação do PSOL na disputa pela prefeitura de Alagoinhas. Na foto, Samara está com os presidentes estadual e municipal do partido, Ronaldo Santos e Catarino Pinto | FOTO: Reprodução |

Após inúmeras discussões internas, o PSOL decidiu, por unanimidade, durante reunião do diretório municipal de Alagoinhas, no nordeste da Bahia, realizada no sábado e domingo (12 e 13 de março), a pré-candidatura da transexual Samara Braga à prefeitura da cidade. A sigla oficializa o lançamento da primeira candidata “trans” a disputar uma prefeitura no Brasil. Samara Braga, contou com o apoio do presidente estadual do PSOL, Ronaldo Santos, que esteve na reunião e foi decisivo para a escolha da pré-candidata. Braga destacou a importância de Alagoinhas ter uma candidatura que levante as bandeiras da comunidade LGBT e da população negra do município, dentre outras, que nunca teve representatividade no Legislativo e no Executivo da cidade.

Durante o evento, a pré-candidata aproveitou a oportunidade para lançar, em primeira mão, a proposta de um Projeto de Lei, caso seja eleita, que será encaminhado à Câmara de Vereadores local, exigindo que as empresas instaladas em Alagoinhas sejam obrigadas a contratar a mão-de-obra da cidade e a fornecer vagas às travestis e transexuais com o objetivo de promover inclusão social e retirá-las do mundo da prostituição e igualdade de oportunidade para a população negra, desta que é considerada uma das cidades de maior população negra da Bahia.

“Elas precisam ter vagas no mercado de trabalho para que não continuem recorrendo à prostituição como a única fonte de renda e de sobrevivência. Meu projeto vai defender que elas possam trabalhar e exercer livremente a identidade de gênero sem sofrer retaliações e preconceito”, pontuou. De acordo com Samara, no universo da prostituição, a população LGBT corre risco de violência motivada pela transfobia, contrair diversas doenças sexualmente transmissíveis e, quando envelhecem, ficam sem nenhum tipo de amparo do Estado brasileiro.

A transexual ressaltou que no período eleitoral não irá se restringir às reivindicações dos gays, lésbicas, transexuais, simpatizantes e travestis. Segundo ela, a plataforma da campanha não vai secundarizar nenhuma bandeira e pretende lutar em prol da população mais pobre da cidade, abordar pautas sociais relativas à habitação, saúde, educação, transporte e ampliação da cidadania dos alagoinhenses.

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