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Mundo: Imprensa internacional questiona legitimidade de impeachment

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O The New York Times destacou que legisladores mais ativos na pressão pelo impedimento de Dilma Rousseff enfrentam “sérias acusações de corrupção | FOTO: Reprodução |

Os principais órgãos da imprensa internacional chamaram a atenção na última semana sobre a legitimidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff que, segundo os veículos, foi pautado por parlamentares cuja idoneidade moral é questionável. Um dos impressos mais importantes dos Estados Unidos, o The New York Times destacou que legisladores mais ativos na pressão pelo impedimento de Dilma Rousseff enfrentam “sérias acusações de corrupção, fraude eleitoral e abusos dos direitos humanos.” O periódico cita Dilma como “uma raridade entre a maioria dos políticos do Brasil”, já que sob ela não pesam acusações envolvendo corrupção ou desvio de verba pública.

“Alguns brasileiros argumentam que o impeachment tem menos a ver com a luta contra a corrupção e mais com um esforço para transferir o poder para legisladores com um passado questionável”, escreve o correspondente Simon Romero. A publicação também cita Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, Renan Calheiros, presidente do Senado Federal e Michel Temer, vice que assumirá caso o impeachment passe no Congresso e menciona os casos de denúncias de corrupção em que estão envolvidos.

Le Monde (França)
O Le Monde criou um perfil do vice-presidente, Michel Temer, que estará no comando do Brasil em um cenário em que o impeachment seja aceito. O jornal define Temer como um “profissional da política e das intrigas parlamentares.” A publicação afirma que o peemedebista não vê a hora de assumir o cargo e cita o discurso vazado em que ele fala à nação após votação no plenário da Câmara. O francês também menciona algumas das reformas propostas por Temer, e ressalta que muitas delas vão garantir uma “perenidade dos programas sociais”.

The Economist e Financial Times (Reino Unido)
Ambos jornais de grande importância no Reino Unido questionaram o pedido de afastamento de Dilma Rousseff. O The Economist diz que a palavra “golpe”, usada por pró-governistas, é “declaração emotiva”, mas pondera que a presidente Dilma Rousseff não tem evidências claras de corrupção como seu adversário Eduardo Cunha. “Nem ela, nem ninguém de sua família têm contas na Suíça ou empresas offshore no Panamá.” O periódico inglês menciona, ainda, que as pedaladas fiscais também foram cometidas pelo vice-presidente Michel Temer e, dessa forma, a melhor saída seriam novas eleições. ”Esse seria o melhor caminho para defender a democracia”, declara.

Já o Financial Times destacou diferenças entre o processo de impeachment de Dilma Rousseff e do ex-presidente Fernando Collor, afastado em 1992. Na comparação, o jornal lembra que ambos partilham de impopularidade no país. Para a publicação, a situação do Brasil ficaria estagnada com Dilma no poder, mas poderia piorar com o avanço do impeachment. “Longe de acabar com os problemas do Brasil, o impeachment pode ser apenas o começo”, analisa.

Die Zeit (Alemanha)
Bem humorado, o períodico alemão traça um paralelo entre o cenário político brasileiro e a série de intriga política norte-americana House of Cards. “não dá para entender por que as pessoas ainda se interessam pela série. Elas não leem o noticiário brasileiro?”, brinca.

O jornal cita como personagens da trama Sérgio Moro como um juiz que quer colocar um ex-presidente na prisão (O petista Luiz Inácio Lula da Silva); um presidente da Câmara (Eduardo Cunha) com propina na casa dos milhões na Suíça que permanece no cargo; e, que no meio desse imbróglio, ainda há pessoas nas ruas pedindo a volta da Ditadura Militar. “Nesta história da política brasileira, falta, na verdade, uma única coisa: a moral.” As informações são da Band.

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