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Mesmo com Temer na presidência, Bahia deve continuar perdendo para Pernambuco

Brasília - Ex-ministro Geddel Vieira chega à Vice-Presidência da República (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Até agora, Geddel é o único nome da Bahia no ministério que Michel Temer está montando | FOTO: Reprodução/EBC |

Nos oito anos em que o petista Jaques Wagner governou a Bahia, a oposição acostumou-se a responsabilizá-lo pela crescente perda de prestígio do Estado na Esplanada dos Ministérios. O Estado que chegou a ter em média três ministros por governo viu seu espaço minguar até o desaparecimento completo de seus representantes. Isto ocorria, na visão das oposições, porque Wagner preferia priorizar as boas relações pessoais com o ex-presidente Lula e com a quase ex-presidente Dilma Rousseff em detrimento da luta e da pressão em defesa dos interesses da Bahia. Xenofobicamente, muitos chegavam a apontar sua origem carioca como razão para o desinteresse.

O então governador defendia-se dizendo que preferia ter acesso a todos os ministérios que indicar um ou outro ministro. Agora que Dilma bate em retirada e um novo governo ascende, a crítica oposição baiana, que apóia o futuro presidente Michel Temer (PMDB), parece estar perdendo a oportunidade de fazer diferente do ex-governador. Enquanto não se vê qualquer movimento no sentido de indicar nomes para o futuro ministério, em franco processo de montagem, prepara-se a instalação na Esplanada de Temer de uma verdadeira República de Pernambuco. Cinco membros do Estado vizinho devem ascender a postos de destaque no novo governo.

Mendonça Filho (Educação), Bruno Araújo (Cidades), Fernando Bezerra Filho (Integração), Raul Jungmann (Defesa) e Roberto Freire (Cultura) são alguns dos pernambucanos já dados como certos no novo ministério. Enquanto isso, o único representante da Bahia junto a Temer é o ex-ministro peemedebista Geddel Vieira Lima. O argumento de que o novo presidente lidera um governo de transição, marcado pela substituição de uma presidente que está sofrendo um desgastante processo de impeachment, não justifica a baixa representatividade da Bahia no futuro governo. Tampouco a alegação de que Geddel será um dos ministros mais importantes de Temer.

Ao lado do peemedebista e do prefeito ACM Neto (DEM), sabidamente um amigo pessoal e aliado de Temer, a bancada baiana de oposição na Câmara, que votou coesa pelo afastamento da presidente, precisa aumentar a pressão pela abertura de novos espaços que facilitem a vida da Bahia na Esplanada dos Ministérios. Ou será acusada de reproduzir passivamente o que criticou no passado. Texto de opinião extraído do site Política Livre.

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