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Procurador-geral da República chegou a pedir busca e apreensão contra Aécio Neves

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O pedido da PGR foi feito em uma ação cautelar sigilosa, em maio, contra o tucano | FOTO: Reprodução/Brasil Post |

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a solicitar uma ação de busca e apreensão no Senado para coletar dados para o inquérito que apura a acusação de que o atual presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), atuou para “maquiar” dados da CPI dos Correios, em 2005, de acordo com informações publicadas pela Folha. A medida, no entanto, foi abortada depois que o Senado garantiu que daria acesso irrestrito aos documentos. A suspeita sobre Aécio foi levada à PGR pelo ex-senador Delcídio do Amaral, delator da Operação Lava Jato. Ele afirma que Aécio teria atrasado o envio de dados do Banco Rural à CPI para poder “apagar dados bancários comprometedores” e evitar que a apuração sobre fraudes na instituição levasse a nomes do PSDB.

O pedido da PGR foi feito em uma ação cautelar sigilosa, em maio. A iniciativa foi tomada depois que o jornal “O Globo” divulgou que documentos da CPI haviam sido deslocados do arquivo do Senado para outro setor da Casa a pedido de Aécio. O inquérito sobre o tucano está sob os cuidados do ministro do STF Gilmar Mendes, que chegou a autorizar o pedido, fazendo ressalvas de que a ação fosse discreta e acompanhada por um oficial de justiça do Supremo. A operação só não ocorreu porque o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), emitiu nota para rebater a versão de que os documentos da CPI teriam sido alvo de manipulação indevida e encaminhou ao Supremo petição dizendo que os documentos eram públicos e estavam à disposição da Justiça.

Na nota, publicada ainda em maio, Renan afirmou que Aécio solicitou dados sobre o andamento da CPI oficialmente, via Lei de Acesso à Informação e que, por isso, autorizou que 46 caixas fossem deslocadas ao único setor formalmente autorizado a efetuar a pesquisa no Senado. A pesquisa pedida por Aécio resultou num relatório que foi divulgado pelo próprio senador para contestar as acusações de Delcídio.

Ainda em maio, o PSDB afirmou que o tucano jamais tratou com o ex-senador de assuntos referente à CPI. “É fácil demonstrar que Delcídio do Amaral não está falando a verdade. Ele diz que foi a Minas tratar com o então governador Aécio de assunto referente à CPI. É mentira. O relatório final da CPI data de abril de 2006 e a viagem de Delcídio a Minas ocorreu dois meses depois, no dia 7 de junho de 2006”, diz a nota emitida pelo partido.

Em nota, nesta sexta-feira (3), o gabinete de Aécio disse que considerou a decisão do ministro “adequada, pois contribui para garantir transparência ao processo”. “A solicitação do senador Aécio Neves ao Senado seguiu estritamente a legislação vigente, que permite que qualquer cidadão peça pesquisa de documentos oficiais, o que foi feito pelo setor competente do Senado, como atesta documento oficial”. Com informações da Folha e redação do Bocão News.

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