Ícone do site Jornal da Chapada

Bahia: Candidatos a prefeito de Salvador declaram-se afrodescendentes e causam polêmica

foto6
Apenas um candidato se assumiu como “branco” | FOTO: Reprodução |

As declarações étnicas dos candidatos à prefeitura de Salvador têm gerado polêmica pelas declarações feitas até o momento. Aqueles que acreditavam na falta de afrodescentendes no pleito se surpreenderam. Quatro dos sete candidatos, que constam no link Divulgação de Candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ACM Neto (DEM), Alice Portugal (PCdoB), Pastor Isidório (PDT) e Cláudio Silva (PP), afirmaram que são “pardos”, enquanto Fábio Nogueira de Oliveira (PSOL) disse que é “preto”.

O único que se assumiu como “branco” foi Rogério Tadeu Da Luz (PRTB). A ficha da candidata Célia Sacramento (PPL) não estava postada no TSE até o fechamento da matéria. Muitos críticos a essas declarações fazem uma relação direta entre elas e uma estratégia eleitoreira para conquistar votos das populações afrodescendentes. “É uma tentativa de fraudar o sistema. É como se só fossem admitidas candidaturas de mulheres e eles colocassem na ficha que são do gênero feminino”, reagiu o presidente do Grupo Cultural Olodum, João Jorge Rodrigues, advogado, mestre em direito público e ativista do movimento negro.

Ele lamenta que candidatos escondam sua origem étnica só para ganhar votos. “Isso é feito porque o sistema político brasileiro está muito destruído, precisa de uma reforma urgente. É um sistema muito excludente. Normalmente o brasileiro pode votar, mas não pode ser votado. No passado havia proibição de mulheres e analfabetos votarem. Hoje, nem todos podem ser candidatos porque não têm condições financeiras por um lado e, por outro, em função das estruturas partidárias”, criticou.

Lembrou que esse tipo de fraude étnica vem ocorrendo em outros campos. “Recentemente num concurso no Itamaraty passou um candidato que se declarou afrodescendente sendo judeu, branco, neto de alemães e classe média-alta. Não se sentiu constrangido de dizer que era afrodescendente. O objetivo sempre é a busca pela vaga, pelo poder. Isso impede o Brasil de avançar. Nosso país está muito atrás dos Estados Unidos, da África do Sul, da Austrália, países que tinham regimes muitos duros baseados na separação de raças”. As informações são do A Tarde Online.

Sair da versão mobile
Pular para a barra de ferramentas