Paramentados com máscaras feitas artesanalmente de papel machê e vestimentas exóticas, o Clube dos Caretas vai invadir o Circuito Orlando Tapajós (Ondina-Barra) no sábado (18 de fevereiro), dentro do Fuzuê. Desde 2014, o grupo bate ponto no Carnaval de Salvador e já participou inclusive do Furdunço, no Circuito Osmar (Centro). A promessa é de novamente encantar o público com a irreverência dos caretas ao som de marchinhas de antigos carnavais.
Ao atrair olhares de adultos e crianças por onde passam, os caretas brincam e interagem com os foliões durante o percurso. Durante a folia, o grupo é embalado pela banda composta por 15 músicos e que utiliza instrumentos de sopro e percussão. O repertório do Clube é formado essencialmente por marchinhas e recebe algumas intervenções com músicas de artistas como Caetano Veloso, Moraes Moreira e Armandinho.
O grupo é formado hoje por 11 jovens que gostam da proposta do clube de fomento à cultura popular. Os participantes são profissionais que possuem alguma ligação com as Artes Cênicas – requisito fundamental para ser integrante do grupo. Uma preocupação do clube é de que, durante a festa, a abordagem e as brincadeiras dos caretas não causem transtornos a crianças, por exemplo. Além das experiências no Carnaval, o Clube dos Caretas coleciona apresentações em eventos como o projeto “Santo de Casa”, da cantora Mariene de Castro.
Tradição
O Clube dos Caretas segue a tradição dos mascarados de outras regiões do estado e se apresenta com fantasias adornadas manualmente. Artista responsável pela criação da indumentária e idealizadora do grupo, Luciana Müller explica que as peças são feitas com inspiração nos caretas do Recôncavo Baiano. As vestimentas mesclam elementos de vários grupos da Bahia, o que torna o visual sempre atual.
“As fantasias imitam as roupas tradicionais dos caretas. São macacões de chitão, saias de material reciclável, de sisal ou mesmo outros materiais que temos para uso doméstico e que adaptamos para esta finalidade”, explica Luciana. A criação das máscaras envolve utilização de papel machê, pinturas e elementos como tecidos, palha, cordão de embalagem e materiais contemporâneos como piercings.
Abertura
Sobre os movimentos do Fuzuê e Furdunço, Luciana Müller comenta que entende esse processo de democratização da festa como preservação das tradições, mas sem perder o elo com a contemporaneidade. Ela ainda comemora a promoção da diversidade de atrações durante a folia. “Demorou para o Carnaval de Salvador abrir espaço para outras opções de blocos. Era algo que precisávamos há mais tempo. Se isso tivesse acontecido antes, talvez nós não teríamos vivido um esgotamento deste modelo atual da festa. A proposta de atrações sem cordas é maravilhosa e a Prefeitura foi muito feliz quando criou esses movimentos e os ampliou”, ressalta. As informações são da Secom da Prefeitura.