A coleta de sangue não oferece riscos à saúde. É feita com material descartável. Mesmo assim, os espaços vazios nas geladeiras do estoque da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) não deixam dúvida – é necessário aumentar o número de doadores. Em janeiro deste ano, em comparação com o ano passado, as doações caíram 12%. A queda acontece nesta época do ano porque, no verão e no Carnaval, as pessoas perdem noites de sono ou ingerem bebida alcoólica, deixando de atender aos pré-requisitos para serem doadoras.
A diretora de Hemoterapia da Hemoba, Iraíldes Santana, explica que, para ser doador, o candidato precisa ter entre 16 e 69 anos (os menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal), estar em boas condições de saúde, pesar mais de 60 quilos e não beber nas 12 horas que antecedem à doação. Não é necessário estar em jejum, mas ter dormido pelo menos seis horas antes de fazer a coleta do sangue. “Os homens podem doar a cada três meses e as mulheres a cada quatro meses”.
Segundo Iraíldes, todos esses pré-requisitos são verificados antes da doação. “O procedimento é totalmente seguro. O candidato é avaliado previamente, em entrevista e com exame clínico. Além do fato de a cidade ficar cheia nesta época do ano, podendo fazer com que a demanda aumente, o maior problema é que, historicamente, o número de doações cai, porque as pessoas geralmente participam de festas, bebem, perdem noites e deixam de estar aptas para doar. Então, é necessário reforçar o estoque com antecedência, com doações regulares”.
Erivânia Santana, 27 anos, é operadora de lojas e foi doar sangue pela primeira vez, nesta terça-feira (31). “Eu tentei doar há três meses, para minha mãe, mas não estava apta porque estava fazendo um tratamento. Agora, eu vi no facebook a postagem de uma pessoa que está internada no Hospital da Mulher e que eu não conheço, mas precisa de sangue ‘O’ negativo, o meu tipo. Então, eu vim fazer a doação. Não doeu e é satisfatório, um gesto simples que pode salvar vidas”.
Transfusões periódicas
Além dos acidentes e doenças que demandam a transfusão ocasional, há doenças que exigem o procedimento periodicamente, tornando a necessidade de haver sempre sangue no estoque. A agricultora Marinês Santos de Souza, 31, mora no município de Presidente Tancredo Neves, no sul do estado, e, todos os meses, leva Murilo, de 9 anos, para receber sangue. “Ele tem anemia falciforme e precisa receber sangue todos os meses. Caso não receba, ele tem grandes chances de sofrer um AVC”.
Empresas podem incentivar os funcionários em parceria com a Hemoba. “Nós temos um setor para captação, que faz o agendamento com parceiros que querem nos ajudar. O telefone é [71] 3116-5643 ou pelo email capta@hemoba.ba.gov.br. A doação pode ser feita na Hemoba e, se houver viabilidade, podemos enviar a equipe para fazer a coleta, dependendo de alguns pré-requisitos”, disse a diretora Iraíldes. Atualmente, a Hemoba é composta por 25 Unidades de Coleta distribuídas por todo o estado, além de doisHemóveis – ônibus que circulam entre empresas e comunidades, a fim de captar doadores voluntários.
Onde doar
Unidades onde os voluntários podem doar sangue, em Salvador
Hemocentro coordenador – Localizado na Ladeira do HGE, a Avenida Vasco da Gama – De segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h30, e aos sábados, das 7h30 às 12h30
Hospital do Subúrbio – De segunda a sexta-feira, das 7h30 às 12h e das 13h às 16h30
Hospital Santo Antônio – Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), no Largo de Roma, na Cidade Baixa – De segunda a sexta-feira, das 7h10 às 11h30 e das 13 às 16h
SAC Cajazeiras – De segunda a sexta-feira, das 7 às 15h
Hemóveis
Roteiros itinerantes, divulgados semanalmente nas páginas da Hemoba
No interior do estado, a Hemoba está presente nos municípios de Eunápolis, Alagoinhas, Hospital do Oeste – Barreiras, Brumado, Camaçari, Feira de Santana, Guanambi, Irecê, Itaberaba, Itapetinga, Jacobina, Jequié, Juazeiro, Paulo Afonso, Ribeira do Pombal, Santo Antonio de Jesus, Seabra, Senhor do Bonfim, Teixeira de Freitas, Vitória da Conquista e Valença.