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Cinco ministros de Temer e os presidentes da Câmara e Senado são citados na lista de Janot

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O procurador-geral da República pediu para investigar ao menos cinco ministros dos 29 ministérios do governo de Michel Temer (PMDB) | FOTO: Reprodução |

O anúncio de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de abertura de inquérito contra 83 pessoas com foro privilegiado, com base nas delações premiadas de executivos da Odebrecht, repercutiu imediatamente no Senado. Um dos parlamentares que já respondem a inquérito na Corte, o senador e líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), deu o tom de cautela que foi adotado por praticamente todos os colegas, independentemente do partido. Para Jucá, as delações não representam uma “verdade” por si só, e é preciso apurar com celeridade quem cometeu ou não crime. “Colocar uma nuvem negra sobre toda a classe política é um desserviço para o Brasil, porque, se queimar a política, em substituição à política, virá a aventura. E a aventura já se mostrou não ser boa para o Brasil nas formas que aconteceu”, disse.

O procurador-geral da República pediu para investigar ao menos cinco ministros dos 29 ministérios do governo de Michel Temer (PMDB). São eles Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil, Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Kassab (PSD), das Comunicações, Bruno Araújo (PSDB), das Cidades, e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), das Relações Exteriores. Além disso, a lista de Janot inclui os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega, mas como os petistas perderam o foro privilegiado os casos devem ser remetidos à primeira instância.

No STF, a decisão pela abertura de inquérito ou não caberá ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte. A reportagem apurou também que além dos ministros, Temer deve ver três importantes aliados no Congresso na mira das autoridades. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), além dos senadores Edison Lobão (PMDB), Romero Jucá (PMDB), Aécio Neves (PSDB) e José Serra (PSDB), estão entre os alvos dos 83 inquéritos cuja abertura foi pedida pelo PGR.

No total, Rodrigo Janot enviou 320 pedidos ao STF com base nas delações premiadas de 78 executivos da Odebrecht. São 83 pedidos de abertura de inquéritos, 211 declínios de competência para outras instâncias da Justiça, nos casos que envolvem pessoas sem prerrogativa de foro, 7 pedidos de arquivamentos e 19 outras providências. Segundo a PGR, “não é possível divulgar detalhes sobre os termos de depoimentos, inquéritos e demais peças enviadas ao STF por estarem em segredo de Justiça.” Por isso, Rodrigo Janot, em seus pedidos, também solicitou ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, a retirada do sigilo desse material considerando a necessidade de promover transparência e garantir o interesse público. Com informações do Estadão e da Agência Brasil.

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