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Deputado do PT cobra punição para massacre no campo: “Números são alarmantes”

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Para Valmir Assunção, o país ainda assiste anualmente massacres no campo com o aumento de assassinatos de trabalhadores rurais | FOTO: Arquivo/Mayrá Lima |

“17 de abril é uma data que deve ser lembrada todos os anos para nunca mais esquecer”. Foi assim que o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) cobrou, nesta segunda-feira (17), a punição para os assassinos do caso conhecido como o ‘Massacre do Eldorado dos Carajás’, que vitimou fatalmente 21 trabalhadores rurais sem-terra, no Estado do Pará há 21 anos. Uma sessão especial foi realizada no plenário da Câmara Federal, em Brasília, para lembrar o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Para Assunção, é importante frisar que o país ainda assiste anualmente massacres no campo com o aumento de assassinatos de trabalhadores rurais. Durante a sessão, também foi lembrado o impedimento da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), que completou um ano nesta segunda.

“Hoje completa um ano que um espetáculo de horrores foi montado para cassar uma presidenta eleita pelo povo com mais de 54 milhões de votos. E neste dia, chamamos a atenção para os números, que são alarmantes, de assassinatos no campo. O aumento da violência contra os trabalhadores rurais pode ser vinculado com a impunidade ao latifúndio e estimulada com o golpe à democracia. Por que o mesmo latifúndio que apoia o golpismo e Temer, é o que promove os assassinatos no campo”, diz Valmir. Em 2016, foram registrados 61 assassinatos em conflitos de terra. Quase cinco assassinatos por mês. Sem falar que estes números envolvem diferentes grupos minoritários. Morreram, em 2016, 13 indígenas, 4 quilombolas, 6 mulheres, além de 16 jovens de 15 a 29 anos.

Nos últimos 25 anos, o número de assassinatos só foi maior em 2003, quando foram registrados 73 assassinatos. Em 2015 foram 50 crimes, 59 tentativas, 144 ameaças, 187 agredidos e 80 presos. Já em 2016 os números aumentaram, foram 61 assassinatos, 74 tentativas, 200 ameaças, 571 agressões, e 228 presos. Os dados são da Comissão Pastoral da Terra. O ano de 2016 se caracterizou por ter sido o período em que a criminalização dos movimentos do campo chegou a patamares assustadores. Do total de prisões, 184 foram na região Norte. 88 somente em Rondônia. A Amazônia Legal, que compreende toda a região Norte mais partes do Maranhão e Mato Grosso, concentrou 79% dos assassinatos: 48 dos 61. Rondônia, além de concentrar o maior número de assassinatos e de presos, foi o segundo estado com o maior número de agredidos (141 de um total de 571).

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