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#Bahia: Entenda a Operação Adsumus que teve mais uma etapa deflagrada pelo MP

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Sete mandados de condução coercitiva foram expedidos, sendo quatro deles contra servidores públicos de Santo Amaro; o ex-prefeito, Ricardo Machado e o ex-vice-prefeito, Leonardo Araújo estão na lista | FOTO: Divulgação/MP-BA |

Mandados de conduções coercitivas e de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Santo Amaro durante a quinta etapa da ‘Operação Adsumus’, deflagrada na manhã da última quinta-feira (6) pelo Ministério Público estadual (MP-BA), por meio de promotores de Justiça da comarca de Santo Amaro, João Paulo Schoucair e Aroldo Pereira, em parceria com a Polícia Federal (PF).

Sete mandados de condução coercitiva foram expedidos, sendo quatro deles contra servidores públicos de Santo Amaro, o ex-prefeito, Ricardo Machado; o ex-vice-prefeito, Leonardo Araújo; o ex-secretário de Obras e Administração, Luiz Pacheco; e o ex-secretário de Saúde, Marcelo Otero. Além disso, quatro empresários que estariam envolvidos nos crimes também foram alvos dos mandados de condução. Duas pessoas foram conduzidas para depoimento e as outras cinco estão sendo procuradas. Quanto aos servidores públicos, nenhum dos alvos foi localizado. Entretanto, segundo a PF, o advogado do ex-prefeito de Santo Amaro teria comunicado sua apresentação para esta sexta-feira (7).

A Adsumus investiga um esquema criminoso de fraude em licitação, envolvendo políticos e diversas empresas de execução de obras, manutenção de máquinas e veículos, nas quais o quadro societário é composto por ‘laranjas’. Nesta quinta fase, o foco das investigações é o desvio de recursos na aquisição de combustível, contratação de bandas e realização de eventos, por meio de empresas da área de entretenimento que licitavam com o município.

O bloqueio judicial de R$ 38 milhões em valores, imóveis e veículos já foi determinado pela Justiça. Segundo informações divulgadas por representantes do MP-BA e PF em coletiva à imprensa, parte dos valores recebidos pelas empresas envolvidas era transferida para um dos empresários, que mantém relação de negócios com o ex-prefeito da cidade, Ricardo Machado do Carmo.

Parte dos valores recebidos pelas empresas envolvidas era transferida para um dos empresários, que mantém relação de negócios com o ex-prefeito da cidade, Ricardo Machado do Carmo | FOTO: Reprodução/Bocão News |

Segundo o MP e a PF, As investigações indicam que os valores recebidos eram transferidos a um operador do pagamento de propina, que viabilizava a transferência para agentes políticos e servidores públicos envolvidos no esquema. No decorrer das investigações foi identificado que parte dos recursos desviados tinham origem em programas do Governo Federal, decorrentes de convênios ou transferências de fundos da Educação, Saúde e Desenvolvimento.

Investigações
A delegada Luciana Matutino relata que a PF entrou nas investigações porque foi constatado o desvio de recursos públicos federais. “Em determinado ponto, descobriram que parte dos valores desviados proviam de recursos federais da Saúde, da Educação, da Assistência Social e do Ministério das Cidades”.

Nas investigações, a delegada detalha que foi identificado um esquema que tentava enganar os cidadãos diante a falta de conclusão de obras importantes, como creches. “Uma boa parte da interceptação telefônica revelou o então secretário de Obras procurando justificativas para o atraso das obras. Ele falava nessa interceptação: ‘Ah, vamos inventar, então, que foi a chuva, vamos inventar que foi o problema no solo, vamos inventar que foi uma série de problemas para justificar o atraso na execução das obras, conseguir um aditamento de prazo e, assim, ir prorrogando”, detalha.

Todos os envolvidos irão responder por crimes de fraude de licitações, superfaturamento, desvios de valores, pagamento de propina em corrupções ativa e passiva, participação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. A reportagem não conseguiu contato com nenhum dos suspeitos citados. Jornal da Chapada com informações do MP e do G1BA.

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