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Pesquisadores exploram ‘Buraco do Inferno’ em São Desidério para estudar impactos ambientais da BR-135

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O grupo formado por biólogos, engenheiros e estudantes adentrou a mais de 2,8 mil metros pelo interior da principal caverna da região | FOTO: Divulgação/UFPR |

Uma equipe da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que atua no Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), e trabalha em cooperação com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), fez uma expedição ao Buraco do Inferno, no município de São Desidério, para medir os impactos causados pela implantação da BR-135, que liga Bahia e Minas Gerais. A ideia é estudar essa região que concentra uma grande quantidade de formações geológicas e o maior lago subterrâneo do Brasil.

O grupo formado por biólogos, engenheiros e estudantes adentrou a mais de 2,8 mil metros pelo interior da principal caverna da região, para instalar dois sismógrafos, aparelho que mede ondas de vibrações e terremotos, exatamente onde a caverna é interceptada pela rodovia federal. Outros quatro sismógrafos também foram instalados na superfície, sobre a caverna, em diferentes distâncias da rodovia ainda sem pavimentação BR-135/BA, para que os pesquisadores pudessem comparar os registros das vibrações ocasionadas pela passagem de veículos e sua influência nas paredes da cavidade.

As medições foram realizadas durante 72 horas ininterruptas. A expedição foi acompanhada por um guia local devido à dificuldade de deslocamento dentro da caverna, onde não há visibilidade alguma. “O ambiente quente, úmido, com pouca visibilidade e luminosidade dificultou o trabalho de transporte e colocação dos equipamentos, mas conseguimos fazer as medições com sucesso”, explicou o biólogo da UFPR/ITTI, Durval Nascimento Neto.

A ideia é estudar essa região que concentra uma grande quantidade de formações geológicas e o maior lago subterrâneo do Brasil | FOTO: Divulgação/UFPR |

Resultados
De acordo com Neto, os resultados das medições no contexto geológico demostraram que as vibrações foram registradas apenas a poucos metros da estrada sem pavimentação e que foram diminuindo até serem completamente anuladas pelas camadas de solo e rocha (arenito e calcário) que absorvem toda a vibração, protegendo estruturalmente o patrimônio espeleológico.

“A medição comprovou a tese de que não há nenhum impacto negativo ocasionado pela passagem e vibração provocada pelos veículos de transporte de cargas e passageiros sobre esta cavidade. As vibrações tendem a ser reduzidas nas camadas superficiais com a pavimentação da estrada”, afirma o biólogo. Os resultados serão encaminhados para o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e para o Dnit. Jornal da Chapada com informações de assessoria.

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