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#FSM2018: Lídice critica intervenção militar e pede rigor na investigação da morte de vereadora

A senadora Lídice da Mata em entrevista durante atividade do Fórum Social Mundial em Salvador | FOTO: Jornal da Chapada |

A senadora baiana Lídice da Mata (PSB) foi uma das lideranças políticas que acompanhou de perto o Encontro Internacional com parlamentares, atividade dentro do Fórum Social Mundial (FSM 2018), que aconteceu nesta quinta-feira (15) na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Entre os assuntos comentados pela senadora durante entrevista ao Jornal da Chapada, estão a crescente onda de violência no país, a intervenção militar, e o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco. Questionada sobre a importância do FSM 2018, Lídice destaca que o encontro é um contraponto ao Fórum Econômico Mundial, “onde o grande capital se reúne para discutir os destinos do mundo. Aqui é a palavra dos povos. Nós nos reunimos para dizer que um outro mundo é possível”.

Sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro, a senadora disse “não ter dúvida, inclusive os novos interventores falaram também que não é possível ter apenas a intervenção de ações de Segurança Pública, ou de policiamento ostensivo”. Para ela é preciso investimento social na base das comunidades. “Inclusive na minha opinião, a população mais vulnerável nesta sociedade, que são os jovens entre 15 e 29 anos de idade, com uma parcela significativa sem emprego, e sem escola e que precisa ser inserido numa alternativa política de inclusão no esporte, na cultura, na qualificação profissional, na educação, enfim precisa de oportunidade. Precisa sair do campo da vulnerabilidade e do assédio da criminalidade. Então eu não tenho dúvida que não há outro caminho que não seja um caminho que leve em conta uma política de prevenção social”.

Lídice ainda informa que a única forma de combater, o que se chama de “conservadorismo”, é com atuação política, com mobilização política, e com conscientização da sociedade. “Isso para que a gente possa mostrar os verdadeiros resultados da política neoliberal no mundo. E que nós, como país da América Latina, especialmente nesse momento em que o Brasil rompeu com sua Constituição. Rompeu com a presidente da República eleita do governo e abriu, portanto, as comportas da inconstitucionalidade em diversas áreas, nós precisamos proteger e defender a constituição do Brasil, precisamos defender a manutenção das políticas sociais que foram desenvolvidas nos 12 anos anteriores do governo Lula-Dilma”.

Parlamentares fizeram um minuto de silêncio em homenagem à vereadora Marielle Franco | FOTO: Jonas Santos |

Morte de vereadora
Demonstrando indignação, a senadora lamentou o brutal assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (Psol). “Nesse momento acho que nos cabe, principalmente a revolta, indignação, a cobrança dos poderes públicos, inclusive dessa intervenção, de que seja o mais breve possível elucidado esse crime, responsabilizado e punido os seus responsáveis. Isso não vai devolver as vidas que foram perdidas, mas é uma reação da sociedade e tem simbologia de que há possibilidade do Estado brasileiro dar uma resposta a essa situação”.

“É claro que foi um crime de execução de uma pessoa que denunciava a milícia e a criminalidade na sua comunidade. Que tinha posições importantes nessa luta. E que hoje o Brasil inteiro deve responder com a solidariedade, com a exigência de que esse crime seja elucidado”, completa. Sobre como impedir o crescimento da violência, a senador foi enfática ao dizer que o Brasil é um país violento. “Sem dúvida se fala muito no espírito de paz do povo brasileiro, mas não é bem assim. Nós temos uma sociedade violenta. Os números de assassinatos no Brasil demonstram isso e os assassinatos políticos que se repetem e continuam com muita força”.

“O campo brasileiro sempre foi um espaço da violência dos poderosos, dos grandes donos, os latifundiários, contra os trabalhadores e a organização sindical no campo brasileiro, que continua sendo atingida por essa brutalidade de ação armada, de assassinatos contra essa população. Por isso, mais uma vez, essa violência se estende agora para as grandes cidades brasileiras, com as milícias armadas, agindo em nome da criminalidade, mas agindo também com a capa do estado. E nós não podemos deixar isso ficar sem solução”, informa em entrevista a senadora Lídice da Mata.

Vitor Fernandes para o Jornal da Chapada

Vídeo completo da passagem de Lula pela Alba

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