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Chapada: Fligê abre a terceira edição com a presença de Conceição Evaristo; secretária representa governador

Coube à secretária de Cultura do Estado da Bahia, Arany Santana, também mulher negra brasileira, abrir oficialmente a Fligê neste ano | FOTO: Divulgação/Fligê |

Mulher, negra, nascida numa favela da zona sul de Belo Horizonte e primeira escritora brasileira que pode vir a integrar a Academia Brasileira de Letras, Conceição Evaristo é a homenageada da Feira Literária de Mucugê (Fligê) em 2018, evento que iniciou a sua terceira edição na última quinta-feira (16), acolhida mais uma vez pela cidadezinha da Chapada Diamantina que lhe dá nome. Coube à secretária de Cultura do Estado da Bahia, Arany Santana, também mulher negra brasileira, abrir oficialmente a Fligê neste ano, em sessão especial onde representou o governador Rui Costa.

“A Fligê já se consolidou, é uma das feiras mais importantes desse território e ela se firma aqui pela qualidade que ela oferece, por essa homenagem que hoje faz a Conceição Evaristo. E este não é só um ato literário, é um gesto corajoso por parte da organização, que convida essa escritora, essa brava mulher que está disputando para integrar a Academia Brasileira de Letras”, afirmou Santana.

A curadora do evento, Ester Figueiredo, diz que a Fligê ultrapassa o conceito de feira literária para compor um território da literatura “e, como território da literatura, nós temos toda uma política de formação de leitores, de criar a literatura, do diálogo da literatura com a arte, com o cinema, para atender a diferentes públicos, da criança ao adulto, do jovem ao idoso”.

A Fligê é realizada desde 2016 pelo Instituto Incluso, cujo seu representante Geovane Viana afirma ser uma grata surpresa a cada ano, “pois só vem crescendo a cada edição”. “Realizar a Fligê foi uma grande alegria desde o início, pois abriu novos horizontes para o Instituto Incluso que, a partir daí, passou a atuar também nessa área da cultura e da literatura”, completou.

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) também é parceira na realização da Fligê desde o seu início e, nesta noite, foi representada pelo seu reitor Luiz Otávio de Magalhães que comentou o evento. “É uma atividade que tem uma dinâmica própria e não se trata pura e simplesmente de visibilidade da instituição. Um dos temas essenciais da universidade é a divulgação, a promoção da cultura”, disse.

Também participaram da sessão de abertura o coordenador da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, a secretária estadual de Políticas Públicas Para Mulheres, Julieta Palmeira, e o prefeito de Mucugê, Cláudio Manuel Luz, que elogiou a realização da feira. “Essa é a terceira edição da Fligê aqui no município, o que tem contribuído para aquecer a economia, mas, sobretudo, a gente toma um banho de sabedoria porque podemos nos desfrutar de pessoas com alto nível intelectual, escritores renomados no Brasil inteiro e isso traz muita cultura e educação para o município”, ressaltou.

Conferência
A professora Angela Teodoro Grillo foi a responsável pela conferência Conceição Evaristo: escrevivência, modos e ofícios de narrar a vida, que narrou a trajetória da escritora mineira, analisando a sua obra e sua influência na literatura brasileira.

“A Conceição Evaristo hoje, na literatura contemporânea, é uma das escritoras mais importantes. Ela, além de escritora, além de poeta, contista, romancista, é uma ensaísta, estudiosa da literatura negra, da literatura brasileira. A escrita da Conceição Evaristo é uma escrita que rompe estereótipos na literatura brasileira e é importante que todos nós leiamos e tenhamos cada vez mais contato com a escrita dela nas escolas, nas universidades, nas livrarias”, enfatizou a conferencista da noite. As informações são de assessoria.

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