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Chapada: Utinga sedia seminário sobre Limão Tahiti como possibilidade de diversificação na agricultura local

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O seminário foi composto de dois dias de campo e palestra | FOTO: Jornal da Chapada |

Na última esta sexta-feira (21), o município de Utinga sediou o Seminário ‘Meu Pé de Limão’, um que teve como objetivo o incentivo do cultivo do Limão Tahiti na Chapada Diamantina. O seminário foi uma iniciativa do produtor rural Jânio Azevedo, com apoio de várias instituições, inclusive da prefeitura municipal de Utinga, por meio da administração ‘Utinga de Todos’, do prefeito Joyuson Vieira (PSL). O seminário foi composto de dois dias de campo e palestra, que aconteceu às 19h, no Salão Paroquial, localizado na praça do Banco do Brasil do município.

Com o local lotado de agricultores e de profissionais de outros segmentos que vivem da agricultura em Utinga e em municípios como Andaraí, Bonito, Iraquara, Lençóis, Lajedinho, Nova Redenção e Wagner, a palestra foi iniciada pelo seu mentor, Jânio, que chamou o prefeito Joyuson Vieira, o engenheiro da Embrapa de Cruz das Almas, Orlando Passos, e Christophe Fontaine, representante da empresa Greenyard, para compor a mesa. A Greenyard é uma das maiores empresas de exportação de críticos do Brasil e esteve no evento para garantir aos produtores mercado para a produção do Limão Tahiti na região.

Ao se pronunciar, o prefeito Joyuson saudou a todos os técnicos renomados presentes, a exemplo de Nelson Matias, pesquisador, conterrâneo e também, produtor. “A todos vocês que estão aqui representando a pesquisa na Embrapa, Orlando que é uma referência e Jânio que é o idealizador desse evento, quero dizer que Utinga tem muita satisfação em recebê-los juntamente com Christopher, o representante da Greenyard, empresa multinacional exportadora de cítrus. A nossa expectativa é de fortalecimento de nossa agricultura e da diversificação, que é o mais importante”, disse o gestor.

Para ele a banana, maior força na produção agrícola do município, é importante mas ter outras culturas tem se mostrado mais ainda. “Apesar dos problemas hídricos, mesmo com a pujança do nosso Rio Utinga, rio com alta regularidade, encontramos há alguns anos um norte, que tem sido até agora o sustentáculo de nossa economia, que é a cultura da banana irrigada, mas sofremos com as crises hídricas sucessivas, a falta de chuva. Aliás, é sempre bom lembrar que nós estamos no nordeste e no semiárido. Então não é de se assustar essa regularidade das secas. E a nossa esperança é fortalecer nossa economia, diversificando a cultura”, afirmou Vieira.

Apesar disso, Joyuson afirmou que a banana continuará. “Nosso objetivo jamais é de erradicá-la. Já conversamos sobre isso. Nosso objetivo é de diversificar a produção irrigada”, completou Vieira, informando que o limão consome ⅙ de água da banana e, para quem tem problemas hídricos, essa é uma boa notícia. Além do mais, se aprende desde muito cedo de que monocultura nunca foi recomendada em lugar nenhum do mundo.

Vale informar, que Jânio Azevedo, já se relaciona com a empresa Greenyard há mais de três anos exportando batata doce, com uma média de 44 toneladas por mês. “Este evento é a maior sacada de todos os tempos para vencermos a restrição hídrica, que acomete nossa região e manter a economia no Vale do Rio Utinga. Temos todas as condições para plantar limão. Por exemplo, para cada hectare de banana plantada se irriga 6 hectares de limão, sem falar, que o mercado de exportação está sem oferta de limão e hoje trazemos para a mesa desse evento o comprador que é Greenyard, exportadora que está presente em 26 países dos cinco continentes e tem mais de 30 plataformas de entrega somente na Europa”, ressalta o produtor Jânio Azevedo.

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Também compôs a mesa de abertura dos trabalhos Fernando Herrera, Vinícius Pina, da Adab, além de representantes do Bando do Nordeste e do Banco do Brasil. “Quero agradecer Jânio Azevedo pelo convite e dizer que este evento entra para a história da Chapada Diamantina. Há mais de 10 anos temos a Embrapa implantado quadras e feito eventos, mas, nenhum com tanta repercussão”, declarou o especialista em críticos da Embrapa, Orlando Passos, que apresentou em sua palestra cinco clones do Limão Tahiti.

A conscientização sobre a viabilidade do cultivo da Lima Ácida (Limão Tahiti), começou cedo na cidade com a realização de dois Dia de Campo. O primeiro começou às 14h, na Fazenda Miragem, localizada na BA-142, que liga Utinga a Wagner e o segundo, às 16h, no sítio Gabiroba, de Patrícia Martins de Alcântara, que fica na rodovia BA-046, que liga Utinga à Bonito. Nesta última propriedade foram plantadas mais de 230 mudas, onde a proprietária já cultiva maracujá amarelo azedo. “A Embrapa tem nos dado bastante apoio para cultivo, adubação, fez análise de solo e está tudo certo. Já cultivamos em pequena escala no município, mas, que depois do seminário temos todas as condições para transformar Utinga e região em um grande produtor”, disse Patrícia ao Jornal da Chapada.

“Essa é a forma de começar um plano de manejo que contemple a vazão do Rio Utinga, versos captação, reflorestamento das matas ciliares e dos seus afluentes, promovendo a manutenção da economia agrícola do Vale do Rio Utinga. O limão têm baixa exigência hídrica, chega a ficar 30 a 40 dias sem água, no manejo de produção, no mercado de exportação a procura está maior que a oferta de limão, além disso a Greenyard está entre as três maiores empresas do mundo no segmento de exportação de frutas, e está aqui hoje para garantir a compra”, completou Jânio Azevedo, que é radicado em Lençóis e tem fazendas produtoras no município de Wagner.

Vale ressaltar que durante o evento muita gente que exerce cargos em empresas e instituições essenciais para o desenvolvimento da cadeia produtiva deram seu depoimento apoiando a iniciativa, a exemplo do vereador Jonas Aguiar, Rafael Maia dos Reis, produtor do município, e Fernando Chini, gerente de suporte da carteira de atendimento do Banco do Nordeste em Itaberaba. “A gente já vem trabalhando com a cultura cítrica há algum tempo. E o Banco do Brasil já linhas de créditos apropriada para financiamento, desde a parte de preparo da muda até a fase final da comercialização, que é importante para fechar a cadeia. Tem recursos sobrando e o produtor poderá nos procurar”, declarou o representante do Banco do Brasil, Edilton Moraes Correia

Jornal da Chapada

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