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Curso forma 89 professores indígenas para atuar em 28 escolas da Bahia

Os educadores foram selecionados no primeiro concurso público da área a ser realizado no Brasil com vagas exclusivas para índios | FOTO: Paula Fróes/GOVBA |

“Diga ao povo que avance e nós avançaremos”. A frase foi proferida por um dos 89 professores indígenas que se formaram na manhã desta sexta-feira (28), durante cerimônia no auditório da Secretaria da Educação do Estado, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Os educadores foram selecionados no primeiro concurso público da área a ser realizado no Brasil com vagas exclusivas para índios.

Vestidos e pintados como manda o costume indígena, os formandos, representantes de 16 diferentes etnias, receberam o certificado após passarem pelos três anos de formação da 3ª Turma do Curso de Magistério Indígena. Com dois módulos a cada ano, a iniciativa preparou e aprimorou os educadores que irão ministrar aulas para 28 escolas indígenas distribuídas em todo o território estadual.

De acordo com o subsecretário estadual da Educação, Nildon Pitombo, “esse é um momento de reconhecimento de direitos e, sobretudo, da expectativa de formação de professores indígenas para que as escolas indígenas se acentuem e deem a marca do respeito às culturas, das etnias e das comunidades”.

Amanayara Tupinambá, de Olivença, na região de Ilhéus, é membro da comissão de organização da formatura e destaca que “o sentimento que prevalece é o de satisfação e o que mais importa para todos é a luta pela educação escolar indígena, que permite exercer autonomia nas escolas, de forma a trabalhar o bilingüismo comunitário, intercultural e o interdisciplinar”.

Concurso
Realizado em janeiro de 2014, o primeiro certame público para professores indígenas, no país, foi respaldado na Lei Estadual. nº 18.629/2010, que instituiu a carreira do professor indígena no quadro do Magistério Público do Estado da Bahia. Os professores capacitados vão atuar em 28 escolas indígenas distribuídas em todo o território estadual.

A cacique Jesuína Tupinambá, também de Olivença, atua na educação indígena há 19 anos e destacou que o concurso e o curso significaram uma grande conquista para o movimento indígena da Bahia. “Nós já somos atuantes e moramos nas comunidades indígenas, mas através do curso fundamentamos todo o conhecimento que tínhamos adquirido ao longo da nossa atuação”, explicou a formanda.

Além do curso, a Secretaria da Educação do Estado está promovendo uma série de formações para educadores indígenas. A mais recente foi nos dias 19 e 20 de setembro, com professores indígenas das etnias Pataxó, Pataxó-Hãhãhãe e Tupinambá, nas regiões Sul e Extremo Sul.

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