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Especialistas acreditam que o governador Rui Costa sofrerá retaliações do presidente eleito

Para o historiador e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Carlos Zacarias, a gestão do petista tende a ter dificuldade para conseguir recursos voluntários da União | FOTO: Montagem do Bocão |

Dois especialistas ouvidos pela Tribuna acreditam que o governo de Rui Costa (PT) sofrerá retaliação do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Para o historiador e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Carlos Zacarias, a gestão do petista tende a ter dificuldade para conseguir recursos voluntários da União e, também, para ter acesso direto ao novo chefe do Palácio do Planalto. “Se ele mantiver no governo o tom que imprimiu na campanha, a retaliação não só vai acontecer como vai acontecer de forma escancarada. O estilo de Bolsonaro não é um estilo que favorece a governabilidade, mas sim o confronto. Esse confronto pode acontecer contra uma coalizão de governadores. Como o quarto maior colégio eleitoral e aquele que dá mais votos a Haddad, a gente pode esperar não muito simpatia de Bolsonaro”, afirmou o historiador.

Na mesma linha, o cientista político e professor da Ufba, Joviniano Neto, acredita que a Bahia pode “ser um estado de resistência” ao governo de Bolsonaro. No entendimento dele, parlamentares baianos do PP e do PR, que integram o centrão, devem ajudar o governo petista. “A base que apoia Rui Costa vai da esquerda à direita. Tem uma série de forças que tendem a lubrificar a relação entre o governo estadual e federal”, pontuou. Anteontem, o deputado federal João Carlos Bacelar (PR) visitou Bolsonaro. O governador não quis comentar. “Eu não vi e prefiro não comentar. Cada um vai fazendo as suas escolhas na vida, eu agradeço as pessoas que têm atitudes firmes”, afirmou, em entrevista à imprensa.

Carlos Zacarias não acredita que a vitória de Bolsonaro vai fortalecer o presidente nacional do Democratas e prefeito de Salvador, ACM Neto. “A dificuldade que Rui Costa terá não significa que vai favorecer ACM Neto. O governo de Bolsonaro será de alta instabilidade e todos os políticos que o apoiam serão testados na popularidade. Os apoiadores serão cobrados pelo ato de apoiá-lo. Se Bolsonaro mantiver no governo o tom da campanha, ele não vai levar o governo até o fim. Ele terá que moderar o discurso”, pontuou. As informações são de Tribuna da Bahia.

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