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#Brasil: SBT exibe vinhetas com slogan e música do auge da ditadura, mas acaba suspendendo peças publicitárias

Há alguns dias circula a notícia de que Silvio Santos poderia ressuscitar a Semana do Presidente para agradar Bolsonaro | FOTO: Montagem do JC |

Em apenas 24 horas, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), de Silvio Santos, suspendeu as peças publicitárias criadas para exaltar o Brasil. A emissora lançou vinhetas na última terça-feira (6), com slogans do tempo da ditadura militar, como ‘Brasil: Ame-o ou Deixe-o’, que ficou marcado como parte da propaganda do governo de Emílio Garrastazu Médici, e causou impacto negativo entre os telespectadores. Durante o mandato de Médici, entre 1969 e 1974, a perseguição a adversários dos militares atingiu seu auge.

Em uma segunda peça, a música ‘Eu te amo, Meu Brasil’, da dupla Dom e Ravel, é executada enquanto a frase surge na tela. Em 1970, a ditadura buscou reforçar o ufanismo e o patriotismo, ao celebrar a vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo realizada naquele ano. A assessoria de imprensa da emissora afirmou que não trataria do assunto por questões estratégicas mas agora, no início da noite, a assessoria informou que a vinheta foi tirada do ar. “O SBT cometeu um equívoco”, escreveu assessoria para o Buzzfeed.

Semana do Presidente
Há alguns dias circula a notícia de que Silvio Santos poderia ressuscitar a Semana do Presidente para agradar Bolsonaro. O miniprograma, veiculado nas noites de domingo, auge da audiência da emissora, foi criado no início dos anos 1980 como forma de agradar o então presidente João Figueiredo, o último do período da ditadura civil-militar, e foi ao ar por mais de 20 anos, até o governo o fim do segundo mandato de Fernando Henrique, já na década de 2000.

A concessão da TVS – hoje SBT – foi dada a Silvio Santos durante o governo Figueiredo. Logo depois, o apresentador e empresário criou o programa para divulgar os feitos do governo. A Semana do Presidente era uma espécie de boletim de divulgação dos atos do governo, custeado pelo Estado. No regime militar, foi usado como mais um recurso para estimular o ufanismo e aumentar a popularidade do governo. Jornal da Chapada com informações de BuzzFeed News e Carta Capital.

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