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Lavagem da Estátua de Zumbi vai marcar a celebração do Dia da Consciência Negra em Salvador

Fortalecer a luta pela superação do racismo é um dos objetivos da ação promovida pela Unegro | FOTO: Divulgação |

Mobilizar a população de Salvador e região metropolitana em um ato político e cultural em celebração ao Dia Nacional da Consciência Negra, fortalecer a luta contra o racismo, homenagear o líder Zumbi dos Palmares e o Mestre Môa do Katendê. Esses são os objetivos centrais da 10ª Lavagem da Estátua de Zumbi, que será promovida na Praça da Sé, em Salvador, a partir das 9 horas do dia 20 de novembro. A ação será realizada pela União de Negros pela Igualdade (Unegro), em parceria com diversas organizações dos movimentos sociais, com o apoio da Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB).

Além de resgatar a negritude e reafirmar a luta cotidiana pela superação do racismo, na perspectiva de construção de uma sociedade justa e igualitária, o evento este ano traz como tema “Rebele-se contra as opressões – Môa do Katendê vive!”. Para quem não sabe, Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, que será homenageado in memorian durante a Lavagem, foi um compositor, percussionista, artesão, educador e um dos maiores mestres de capoeira de Angola da Bahia.

Defensor de um processo de “reafricanização” da juventude baiana e do carnaval, foi assassinado com doze facadas pelas costas após o primeiro turno das eleições gerais deste ano. Segundo testemunhas e a investigação policial, o ataque foi motivado por discussões políticas, após Romualdo declarar seu voto em Fernando Haddad (PT). A morte do compositor suscitou homenagens por artistas próximos como Caetano Veloso e Gilberto Gil, e também de artistas internacionais, como Roger Waters.

Bandeiras
A programação da 10ª Lavagem da Estátua de Zumbi inclui o “2º Festival de Saraus e Slams da Consciência Negra: pela vida da juventude, contra o genocídio”. De acordo com a presidenta da Unegro, Ângela Guimarães, o encontro vai “reafirmar bandeiras de lutas importantes, tais como o fim do extermínio da juventude negra, a superação do feminicídio das mulheres negras e os direitos à educação gratuita e de qualidade, à terra, ao trabalho e à renda”, resume.

“Além de debater e despertar a sociedade para o enfrentamento do racismo e de suas múltiplas formas de expressão, precisamos enfrentar a onda conservadora presente na atual conjuntura do país.”, completa. Socióloga, professora e atual chefe de gabinete da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (Setre), Ângela destaca que o racismo, na atualidade, se expressa na banalização de milhares de mortes de jovens negros e negras todos os anos no nosso Estado e país.

Segundo o Mapa da Violência (2016) e o Atlas da Violência (2017), o Brasil perde quase 60 mil pessoas por ano vítimas de homicídios, sendo que 53% são jovens entre 15 e 29 anos. Desses, cerca de 71% são negros. “Esses números, que superam os países em conflito civil no mundo, expõem a triste realidade a que está submetida a juventude negra brasileira e se configuram como um verdadeiro genocídio”, lamenta Ângela Guimarães.

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de Novembro, data escolhida por ser o dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder negro de grande importância na luta para o fim da escravidão no Brasil. Criado em 2003 e instituído em âmbito nacional mediante a lei nº 12.519, de 10 de Novembro de 2011, a celebração é dedicada à reflexão acerca da história de luta contra toda forma de opressão e discriminação. As informações são de assessoria.

 

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