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#Artigo: A história de Indira Gandhi

Indira Gandhi foi a primeira mulher a subir ao cargo de primeira ministra na Índia em 1966 | FOTO: Divulgação |

O século 20 foi responsável por muitas imagens icónicas que certamente ficaram memorizadas na história do mundo. Entre eles, todos se lembram de Nelson Mandela, Martin Luther King e o Papa João Paulo II, líderes internacionais que de uma forma ou de outra geraram uma revolução a nível internacional com os seus ideais inovadores e inspiraram milhões de pessoas. Infelizmente, todos estes líderes tentaram ser obstruídos por forças governamentais ou públicas que não concordavam com os ideais propostos, acabando por se presos políticos, ou sendo mesmo assassinados, ou vítimas de ataques terroristas.

Este foi o caso de Indira Gandhi, a primeira mulher a subir ao cargo de primeira ministra na Índia em 1966. Indira Gandhi é lembrada pelo seu imenso apoio em melhorias agrícolas que levaram à auto-suficiência da Índia em produção de grão, para além do seu sucesso na guerra do Paquistão que levaria à criação de Bangladesh em 1971. Gandhi serviu três períodos como primeira ministra até ser votada para sair devido às suas políticas autoritárias. Em 1980 foi re-eleita para a mesma posição, que em quatro anos viria a terminar de uma forma verdadeiramente trágica.

Nascida a 19 de Novembro de 1917 em Allahabad, Indía, Indira Priyadarshini Gandhi era filha única de Jawaharlal Nehru, membro no congresso nacional da Índia que lutava pela independência do país. Dada a batalha do pai, e a morte da mãe para a tuberculose em 1936, Indira Gandhi teve uma infância solitária acabando por se integrar num internato suíço e mais tarde estudar história na Somerville College em Oxford.

Em 1947, seu pai Nehru subiu a primeiro-ministro e Indira Gandhi concordou em seguir os passos de seu pai ao auxiliar como secretária e anfitriã, o que viria a dar início à sua carreira política. Após anos a servir de assistente, Indira passara os anos a viajar com seu pai pela Índia e estrangeiro a servir como anfitriã com os diplomatas e outros líderes mundiais, e eventualmente, Gandhi viria a subir ao cargo de ministra de informação e radiodifusão seguido da morte do seu pai em 1964. A posição não viria a ser um trabalho permanente depois da morte brutal do primeiro ministro Lal Bahadur Shastri com apenas dois anos no seu mandato, e seria aqui que Indira Gandhi seria eleita a primeira-ministra da Índia.

Em apenas uns poucos anos, Indira era amada pela população indiana depois de tantas conquistas para a economia do país como a Revolução Verde. O seu envolvimento na guerra do Paquistão para separar o este e o oeste do país forneceu refúgio a mais de 10 milhões de cidadãos paquistaneses que tentavam escapar ao exército. Após as eleições de 1972, Indira Gandhi foi acusada de má conduta e a convicção de corrupção eleitoral foi atribuída, o que daria início ao “Reinado de Terror” na Índia depois das liberdades civis dos cidadãos serem suspensas resultando no aprisionamento de milhares de cidadãos. Só em 1977 viriam a ocorrer novas eleições onde Indira Gandhi viria a perder o seu lugar para o partido Janata, que apesar de restaurar a democracia, teria pouco sucesso na resolução da pobreza severa em toda a nação, o que em 1980 resultaria na re-eleição de Indira Gandhi para a posição de primeira-ministra.

Em 1984, o Templo Dourado em Amritsar foi tomado por extremistas Sikh que procuravam um estado autônomo. Em resposta, Gandhi ordenou às tropas indianas para retomarem o templo em força, resultando na morte de centenas de Sikhs, dando início à fúria da comunidade Sikh. A 31 de Outubro de 1984, Indira Gandhi foi assassinada por dois dos seus guarda-costas que procuravam vingança após os eventos que ocorreram no templo. Indira Gandhi continua a ser celebrada no seu país, com bastantes políticos a assinalar a sua morte e a destacar o seu legado, e esse ano não foi exceção.

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