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#Vídeos: Ex-presidente Lula concede entrevista da prisão, critica Moro e Bolsonaro e diz acreditar na justiça

A entrevista só foi realizada após a interferência do Supremo Tribunal Federal | FOTO: Divulgação |

Na última sexta-feira (26), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista de um auditório da superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba. Ele era esperado pelos jornalistas do El País e do jornal Folha de S. Paulo. “Tudo bem?”, diz ele aos presentes, ainda com o rosto um pouco fechado, e se dirige para uma mesa improvisada ao centro, onde fica de frente para o repórter do El País e para Mônica Bergamo, da Folha, que vão conduzir a entrevista. “Antes de vocês fazerem a primeira pergunta… quero fazer um micropronunciamento para tratar especificamente do meu caso, e depois do caso do Brasil”, diz ele, em tom grave.

Suas mãos tremem um pouco quando começa a ler. Seu rosto fica vermelho olhando para o texto que traz um rosário de críticas contra seus julgadores. “Sei muito bem qual lugar que a história me reserva. E sei também quem estará na lixeira.” Lula criticou o ex-juiz Sergio Moro, responsável pela sua condenação, a Operação Lava Jato, e o procurador Deltan Dallagnol. “Reafirmo minha inocência, comprovada em diversas ações”. O silêncio é absoluto, apesar da presença de delegados da Polícia Federal e de três oficiais armados, todos a serviço da PF, que está sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça, conduzido por Sergio Moro.

Lula diz que há outros momentos que o deixam triste, além da morte do irmão Vavá, em janeiro deste ano, e do neto, Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, dois meses depois. Ele disse ter uma mágoa profunda. “Quando vejo essa gente que me condenou na televisão, sabendo que eles são mentirosos, sabendo que eles forjaram uma história, aquela história do powerpoint do Dallagnol, aquilo nem o bisneto dele vai acreditar naquilo. Esse messianismo ignorante, sabe? Então eu tenho muitos momentos de tristeza aqui. Mas o que me mantém vivo, e é isso que eles têm que saber, eu tenho um compromisso com este país, com este povo”, completa.

A entrevista só foi realizada após a interferência do Supremo Tribunal Federal. Quem esperava vê-lo envelhecido ou derrotado, se frustra. Ele tem fúria. E obsessão para provar sua inocência. “Não tem problema que eu fique aqui para o resto da vida. Quem não dorme bem é o Moro, Dallagnol e o juiz do TRF-4 [que confirmou sua condenação em segunda instância]”. Jornal da Chapada com informações de El País.

Vídeos sobre a entrevista

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