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Chapada: Cineclube conta a história de Chica, a garimpeira negra, em sessões no município de Lençóis

O curta-metragem será exibido na sede do município na terça; Iúna terá sessão na quarta e Remanso recebe o filme na quinta | FOTO: Divulgação/Joana Horta |

Uma mulher negra que vive do suor de seu trabalho no garimpo e algumas das conjunturas que atravessam essa situação podem ser conferidas no curta-metragem Chica, dirigido por Andrea Guanais e protagonizado pela atriz lençoense Rose Lane. A primeira exibição acontece no Teatro de Arena, no centro histórico de Lençóis, cidade da Chapada Diamantina, nesta terça-feira (7), a partir das 19h, com acesso gratuito. A iniciativa tem apoio do Rumos Itaú Cultural 2017-2018. O curta ainda será exibido em comunidades do município chapadeiro na quarta e quinta-feira.

O filme, rodado em Lençóis, foi selecionado no Revelando os Brasis Ano VI, em 2017. Segundo a diretora, que é professora de História em Lençóis, a intenção foi fazer um retrato, uma etnografia da questão do garimpo na Chapada Diamantina, tensionando o lugar da mulher nesse universo tão masculino. “Tiveram mulheres garimpeiras aqui na Chapada, eu conheci uma de nome Chica, embora não se trate de uma biografia. Aqui teve muita história de morte de tocaia, de gente que ficou rica da noite pro dia, de coronel que enriqueceu tomando o poder na bala. Quis mostrar, entre outras abordagens, o poder dos coronéis subjugando os mais pobres, as mulheres, elementos da realidade que se perpetuam com outras roupagens hoje. Minha inspiração é a vida no garimpo e o papel da mulher nesta profissão”, pontuou Guanais.

Além da sessão no centro de Lençóis, o filme será exibido também na comunidade quilombola de Iúna, na quarta-feira (8), às 14h30, na Escola Municipal da Comunidade Quilombola Iúna. Há exibição, ainda, em Remanso, na sede da Sociedade Beneficente dos Pescadores, na quinta (9), a partir das 19h. Ambas as comunidades estão na zona rural do município. O Cineclube Fruto do Mato, projeto de cinema ao ar livre que está em sua segunda edição, este ano vai privilegiar as narrativas de mulheres negras no audiovisual. Serão dezenas de filmes de ficção e documentários, em sessões mensais, com temáticas relacionadas às questões raciais, de gênero e voltadas para o público LGBTQ.

Um dos maiores editais privados de financiamento de projetos culturais do país, o Programa Rumos, é realizado pelo Itaú Cultural desde 1997, fomentando a produção artística e cultural brasileira. A iniciativa recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa. Os trabalhos resultantes da seleção de todas as edições foram vistos por mais de 6 milhões de pessoas em todo o país.

Além disso, mais de mil emissoras de rádio e televisão parceiras divulgaram os trabalhos selecionados. Nesta edição de 2017-2018, os 12.616 projetos inscritos foram examinados, em uma primeira fase seletiva, por uma comissão composta por 40 avaliadores contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país. Em seguida, passaram por um profundo processo de avaliação e análise por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 21 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo gestores da própria instituição. Foram selecionados 109 projetos, contemplando todos os estados brasileiros. As informações são de assessoria.

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