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#Bahia: Reunião convocada pelo MPF debate riscos decorrentes da formação de cratera na Ilha de Matarandiba

Empresa segue com estudos para saber causa da erosão em Matarandiba, vila que fica na Ilha de Itaparica; resultados das avaliações devem ser concluídos no 2º trimestre de 2019 | FOTO: Divulgação/TV Bahia |

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A intenção foi obter mais dados sobre o fenômeno chamado de sinkhole surgido em maio de 2018 | FOTO: Divulgação |

O Ministério Público Federal (MPF) recentemente realizou uma reunião para tratar do inquérito civil público que apura o surgimento de uma cratera na Ilha de Matarandiba, situada no município de Vera Cruz. A intenção foi obter mais dados sobre o fenômeno chamado de sinkhole surgido em maio de 2018 e tratar do risco de aumento da cratera ou de surgimento de fenômenos semelhantes que possam oferecer ameaças à população e ao meio ambiente da ilha. A investigação, originalmente conduzida pelo Ministério Público do Estado da Bahia, foi instaurada pelo MPF em fevereiro de 2019 (inquérito civil público 1.14.000.004149/2018-54), em razão da Ilha de Matarandiba ser bem da União.

Participaram da reunião, conduzida pela procuradora da República Vanessa Previtera, peritos do MPF e representantes das seguintes empresas e órgãos públicos. Entre eles Dow Brasil Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda., que explora o minério conhecido como sal-gema na Ilha; Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM); Agência Nacional de Mineração (ANM); Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema); Defesa Civil e Diretoria de Fiscalização e Licenciamento Ambiental do município de Vera Cruz.

Os representantes da Dow Química realizaram a apresentação de dados levantados sobre a cratera e afirmaram que a empresa segue monitorando o local em tempo real. Estudos feitos até o momento apontam não haver riscos para a população da Vila de Matarandiba ou em sua área de operação. A empresa apresentou diversos recursos tecnológicos que vem utilizando para monitorar a geologia da ilha e se colocou à disposição para custear os estudos necessários para esclarecer o surgimento da cratera.

Representantes da CPRM ratificaram a informação da Dow e disse que, a princípio, com base nos dados que já foram levantados, não há risco para a população de Matarandiba. A companhia não garantiu por completo a ausência de riscos, considerando as características dos fatores geológicos, que seriam impossíveis de serem previstos com 100% de acuracidade. O Inema informou que recebeu solicitações de exploração de novos poços pela Dow Química, mas se comprometeu a não conceder novas licenças, salvo para um poço que servirá especificamente para estudo. Os novos licenciamentos não deverão ser concedidos até a conclusão dos estudos prevista pela Dow Química para o ano de 2020.

Ao fim da reunião, ficou acordado que o Inema encaminhe a documentação relativa às notificações expedidas sobre o evento geológico e ao licenciamento relativo aos novos poços; que a Dow Química encaminhe os vídeos com a visualização de toda a área e os estudos realizados por encomenda da empresa e ainda não apresentados ao MPF; a ANM encaminhe os relatórios de fiscalizações dos últimos dez anos de exploração do sal-gema na ilha; e que a CPRM informe a possibilidade de dar continuidade aos estudos do local, assim como o prazo para sua finalização. O MPF afirmou que seguirá apurando o caso e cobrando as providências necessárias aos órgãos competentes. Jornal da Chapada com informações do MPF-BA.

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