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#Brasil: Australiano ‘vira’ noite em companhia de bandidos em morro carioca; confira detalhes da aventura

O estrangeiro, que chegou a ser confundido com um policial ao chegar ao local, conseguiu convencer os criminosos de que não usava um disfarce | FOTO: Divulgação |

Sem ter noção dos riscos, um turista australiano contou ter passado a madrugada da última sexta-feira bebendo cerveja ao lado de homens armados do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Hugo Stanley-Cary, de 34 anos, decidiu visitar o conjunto de favelas após deixar a Lapa, bairro boêmio da região central da cidade, onde já havia bebido. O estrangeiro, que chegou a ser confundido com um policial ao chegar ao local, conseguiu convencer os criminosos de que não usava um disfarce. Ele passou a madrugada bebendo na comunidade.

O conjunto de favelas registrou 242 disparos de arma de fogo este ano, segundo a plataforma Fogo Cruzado. “Depois do mal-entendido, eles foram legais comigo. Bebemos algumas cervejas, me mostraram como usar armas, compartilhamos músicas, histórias e técnicas de luta. Às 9h, me levaram até a saída, mas não quis ir embora”, contou Cary. Stanley-Cary trabalha em uma construtora de casas na Austrália. Ele contou que passou um mês na Nicarágua e está há três semanas no Brasil, entre São Paulo, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro.

O turista disse que estava na Lapa na madrugada da última sexta-feira, por volta das 3h, quando pediu a um motorista de aplicativo que o levasse à “favela mais perigosa de todas”. Ele admitiu que já havia bebido. Assim, foi parar no Complexo do Alemão. Sem medo, o turista permaneceu no Alemão e andou pelas vielas. Ele acabou sendo encontrado bêbado e foi levado ao hostel onde estava hospedado por moradores do Complexo do Alemão. Hugo Stanley-Cary só deixou a favela ao entardecer.

O jornalista Rene Silva, da Voz das Comunidades, foi chamado para ajudar na comunicação entre os moradores e o turista estrangeiro. “Ele contou que estava no Brasil de férias, e eu disse que ele tinha que ir embora, porque aquela área era perigosa. Havia cerca de 20 moradores em volta dele, protegendo-o para não ser roubado”, disse. O secretário municipal de Turismo do Rio, Paulo Jobim, se limitou a dizer que o caso comprova que o acolhimento do carioca é um dos maiores patrimônios da cidade.

“Esse registro mostra um dos maiores patrimônios desta cidade: o jeito carioca de ser! Para recuperar o potencial turístico de nossa cidade, temos que mobilizar os cariocas para receberem os turistas com carinho, nesses moldes”. Procurada, a Polícia Civil do Rio informou que não tem uma cartilha de informação aos turistas e que não iria se manifestar sobre o caso, pois não houve registro de ocorrência sobre o episódio. Jornal da Chapada com informações do jornal Extra.

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