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#Bahia: Cantor Xexéu aceita internação em centro de reabilitação após repercussão de vídeo

Alfredo Santos Cerqueira Filho, o Xexéu, falou sobre o problema com drogas e a decisão de retomar a carreira de cantor | FOTO: Reprodução |

Sucesso nos anos 90, o ex-timbaleiro Xexéu, de 45 anos, foi filmado recentemente de uma forma bem diferente da imagem que o público guardava dele. Pedindo dinheiro, ele aparece numa localidade do Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador, sem os dentes, machucado e, aparentemente, sob efeito de drogas.

A repercussão do vídeo fez Xexéu enxergar que sozinho não dava para lutar contra a dependência química. Na manhã da última quarta-feira (2), o cantor assinou um contrato pela vida, aceitando a internação numa clínica de reabilitação na Praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS).

“Não está em jogo o meu sucesso, a minha carreira, e sim a minha vida, minha saúde mental. Eu devo isso a minha família, aos meus fãs e a mim, principalmente. Preciso me tratar para poder voltar a cantar”, disse Xexéu antes de ser internado.

Acompanhamento
Alfredo Santos Cerqueira Filho, o Xexéu, falou sobre o problema com drogas e a decisão de retomar a carreira de cantor em sua casa no Nordeste de Amaralina. Ele falou sobre a repercussão do vídeo. “Por um lado foi bom porque trouxe ajuda, mas por outro foi uma falta de respeito ao ser humano, deixando a imagem do artista exposta, mexendo também com toda a família”, afirmou o cantor, que tem dois filhos, um de 26 e outro 24 anos de idade.

Xexéu disse que o sucesso e a ausência do pai, que morreu quando ele tinha 8 anos, foram algumas das circunstâncias que o levaram a usar drogas. “Não foi só a fama. Perdi meu pai muito novo. Isso mexeu muito comigo. Não tive quem pudesse cuidar da minha carreira, para poder me dar um direcionamento e a gente termina experimentando”, declarou, mas sem tirar a própria responsabilidade.

“Não posso culpar ninguém, foi uma vontade própria. Ninguém lhe obriga a usar droga e experimentei. Mas não sabia que o meu organismo era predisposto e, quando fui ver, já tinha virando um indigente. Daí foi a minha primeira internação”, relatou o artista, que já se internou três vezes, a última há quase um ano. Xéxeu disse que nunca usou crack. O semblante sofrido e a ausência de alguns dentes são efeitos de outras drogas, como álcool, cigarro e cocaína.

“Nunca usei crack, como dizem por aí. Passei 14 anos sem beber e sem fumar. Estava fora, mas voltei para Salvador e tive as recaídas. Mas acredito que isso faz parte do tratamento. Agora é bola pra frente, sair dessa com saúde e muita força para poder voltar a cantar e alegrar os nossos fãs. Não é só o Xexéu, mais de 40% da população brasileira é dependente de alguma droga como cigarro, álcool e drogas”, observou.

O ex-vocalista da Timbalada também falou sobre o futuro. “Já vivi muito o sucesso e isso não me preocupa hoje. Sou um cara muito tranquilo quanto a isso. É claro que a gente quer estar no palco, mas acredito que o primeiro momento agora é cuidar de mim. Se eu não estiver bom, como irei produzir? É ficar bom para poder fazer um trabalho bacana, um visual bacana. Agora, acredito que estarei muito mais forte, preparado para o Verão 2021”, declarou, otimista.

Veja vídeo divulgado

Internação
Depois de uma conversa com integrantes do centro de reabilitação, Xexéu aceitou a internação de maneira formal. “Não posso viver mais assim, levando sofrimento às pessoas”, disse ele, após fumar o que ele chamou de “último cigarro”. Em seguida, abraçou e cochichou no ouvido da mãe, Onorina. “Não chore. Estou indo para recomeçar”, disse ele, enquanto enxugava as lágrimas da mãe. “Eu não tenho palavras para explicar o que estou sentindo”, afirmou Onorina.

Ao cruzar a porta de casa, vizinhos e fãs abordavam o cantor e desejavam “boa sorte”. “Obrigado. Fazendo isso por mim e por vocês também, que me encorajam”, disse ele para um grupo de jovens. Por volta do meio dia, o cantor chegou à unidade do Instituto Manassés. “A imagem que as pessoas têm do usuário de drogas é a pior possível. Elas ainda não entendem que a dependência química é uma doença”, explicou o diretor do instituto, Felipe Manassés.
O tratamento de Xexéu começou com a internação imediata na unidade de Ipitanga.

“Aqui, ele passará por entrevistas com especialistas, como psicólogos, e depois deverá ser encaminhado para a unidade fora de Salvador. Desta forma ele ficará distante do convívio de outras pessoas e assim facilita o tratamento”, completou Felipe. O Instituto Manassés tem 28 unidades no país e todo o serviço de reabilitação é gratuito. “Aqui, basta o dependente querer”, finalizou Felipe. Jornal da Chapada com informações de Correio24h.

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