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#Bahia: Comandante da PM diz que não houve nenhuma adesão à suposta greve convocada por Prisco

Nesta terça e quarta,, Salvador e Região Metropolitana tiveram 10 homicídios | FOTO: Reprodução |

O comandante da Polícia Militar da Bahia, o coronel Anselmo Brandão, afirmou na tarde da última quarta-feira (9) que nenhum membro da frota aderiu à greve proposta por um grupo de policiais na terça-feira (8). “Não tivemos uma falta no serviço nem ontem, nem hoje. Só faltas de rotina, por atestado de doença, por exemplo. Todas as viaturas saíram. Não houve adesão a esse movimento”, garantiu.

Segundo ele, há cerca de 40 policiais militares que estão na sede da Adelba, clube onde o movimento grevista tem se reunido. Esses policiais estariam fora do horário de serviço. A corporação monitora se há faltosos ou não quando os policiais se apresentam aos comandantes de cada batalhão ou companhia. “Esses policiais (que estão no clube) estão se solidarizando com o movimento, que não é crime. Não estão aquartelados, sem sair para trabalhar”, completou.

Ainda de acordo com o comandante, a maioria dos ataques a lojas e agências bancárias que foi registrada desde a noite de terça, em alguns bairros de Salvador, foi provocada pelo “oportunismo”. “Foi devido às fake news e à forma como o deputado (Marco Prisco, um dos líderes do movimento), de maneira irresponsável, transmitiu à sociedade. Assim, a bandidagem, ouvindo isso, começou a fazer alguns saques”, disse.

No entanto, Brandão ressaltou que a Polícia Civil investiga a situação da agência bancária da Caixa Econômica Federal do Caminho de Areia. O prédio do banco estava fechado e sem funcionários quando foi atingido por tiros. De acordo com o comandante, uma das hipóteses da investigação é de que o atentado tenha sido cometido por alguém ligado ao movimento grevista. “A agência vazia foi para amedrontar. Temos uma força-tarefa com vários delegados olhando as cápsulas, as câmeras, para fazer perícia”, assegurou o coronel.

Assim como a PM, o Corpo de Bombeiros também disse que não registrou faltas nesta quarta-feira. Através da assessoria, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) informou que, até o momento, não pretende acionar a Justiça para que a greve seja declarada ilegal, uma vez que para a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA) não há paralisação.

PM segue nas ruas

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Assembleias
O coordenador regional da Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) em Ilhéus, Augusto Araújo Júnior, contestou a versão do comandante geral da PM. De acordo com ele, o posicionamento da entidade permanece o mesmo desde que o grupo decretou greve. “O comandante é governo. Cabe a ele dizer que não tem movimento. Se as pessoas estão achando que esses furtos que estão acontecendo e esses índices de homicídio alto à noite são normais, então é verdade o que ele diz”, declarou.

Nesta terça-feira (8) e quarta-feira (9), Salvador e Região Metropolitana tiveram 10 homicídios somando os dois dias – seis na terça, quatro na quarta. Destes, nove aconteceram após o grupo de PMs decretar a greve. A média de homicídios por dia na capital e RMS é de 3,9, de acordo com o especial Mil Vidas, levantamento feito com base nos boletins diários da SSP.

Araújo Júnior criticou as afirmações de que o movimento seja eleitoreiro. “O que se espera é que eles sejam homens e cumpram o que foi acordado em 2014. Nós temos um acordo e a imprensa toda cobriu, na época. De lá para cá, não cumpriram absolutamente nada e o estado ainda demitiu alguns policiais daquele movimento. Quem está fazendo política constante é o comandante e o governo”, criticou.

Segundo ele, quatro PMs foram demitidos após de 2014, que teve 39 mortes em apenas em Salvador, em dois dias. No mesmo período, foram 70 homicídios na Região Metropolitana. O próprio Araújo Júnior está entre os quatro demitidos. No acordo, a Aspra diz que o estado não tem cumprido a regulamentação do artigo 92. Nesse artigo, ficou estabelecido que os PMs teriam auxílio transporte – recebem desde o ano passado – e o adicional de periculosidade com 30% de aumento. O adicional, por outro lado, não foi implementado.

Além disso, a entidade pleiteia a regulamentação do plano de carreira da categoria, bem como do Código de Ética. Os dois, segundo ele, já foram feitos pelo governo e precisam ser enviados à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). “A gente sabe das dificuldades da crise econômica, mas existem pautas de suma importância para a categoria, como o plano de carreira. É inadmissível que, na PM da Bahia, um soldado demore 24 anos para se tornar cabo”, criticou. Jornal da Chapada com informações de Correio 24h.

Vídeos divulgados pelo governador Rui Costa

Vídeos divulgados pelo deputado Prisco e por apoiadores

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