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Chapada: Ifba de Jacobina lança glossário técnico em Libras para área de mineração

Para a organização da videoteca, a equipe realizou pesquisas em sites especializados | FOTO: Divulgação |

Utilizado como recurso pedagógico visual para estudantes surdos e docentes, o ‘glossário técnico’, lançado durante a primeira Semana da Inclusão e terceiro Setembro Azul do Ifba de Jacobina, na Chapada Norte, já tem contribuído com o processo formativo.

“As ações desenvolvidas favoreceram a inclusão da discente surda, Heveli Castro, promovendo a disseminação da Libras no espaço escolar, ao envolver ouvintes (docentes, estudantes, técnicos administrativos e funcionários terceirizados), e a própria aluna surda, numa ação colaborativa, que contribui tanto para a promoção das diferenças linguísticas quanto para a aprendizagem significativa a partir de conteúdos acessíveis”, comenta Daniel Neves, técnico em assuntos educacionais do Instituto.

Fruto de projeto de incentivo à aprendizagem (Pina), realizado no âmbito do Programa de Assistência e Apoio ao Estudante (Paae), intitulado Videoteca de saberes em Libras: construção visual da aprendizagem, o estudo deu forma a artigo científico, que será apresentado nesta semana durante o segundo Encontro de Pesquisadores de Língua de Sinais do Recôncavo da Bahia, em Amargosa.

Além do técnico em assuntos educacionais, participaram da produção a pedagoga Eliene Sales, e as intérpretes de Libras, Agda Medrado e Érica Lima. A maioria dos autores integra o Núcleo de Apoio às Pessoas com Deficiência (NAPNE) do campus.

“Sem os sinais-termos criados, as intérpretes tinham que usar datilologia (como se fosse a soletração no ar das palavras em língua portuguesa utilizando o alfabeto manual), algo de difícil compreensão para os surdos, pois remete à escrita do português, que é uma segunda língua para eles, com status de língua estrangeira, portanto, apresentando várias limitações”, acrescenta Daniel.

Em andamento, encontra-se o registro escrito e inédito dos 37 sinais-termos criados por meio do sistema norte-americano SignWriting, utilizado por comunidades surdas e universidades em vários países, inclusive no Brasil, através da Plataforma Web SignPuddle Online, que possibilita o acesso a vários dicionários onlines de escrita de sinais, a exemplo do Português-Libras, permitindo o registro colaborativo.

Fique por dentro
Para a organização da videoteca, a equipe realizou pesquisas em sites especializados, além de gravações autorais, contando com a colaboração do técnico em audiovisual Carlos Santana, do técnico dos laboratórios de informática Hélder Oliveira, e dos docentes Talita Gentil, Frederico Fava Zogheib e Mariana Gonçalves.

A dinâmica acontecia da seguinte maneira: uma especialista em Libras e a aluna surda interpretavam o significado da palavra a partir das imagens mostradas e dos conceitos descritos pelos docentes, criando o sinal de modo conjunto. Posteriormente, os sinais eram gravados e publicados em formato de vídeo.

O primeiro sinal-termo criado foi para o conceito de “cristalografia” A ideia para esse sinal surgiu da junção do sinal já existente para “cristal”, ao qual foi acrescentado o movimento das mãos em “L”, representando visualmente as diversas formas de cristais, que lembram figuras geométricas.

“Os professores continuam contribuindo com a construção de novos sinais e possíveis adaptações”, destaca Érica. Segundo a docente Talita, que é geóloga e abordou o tema educação inclusiva em especialização, dominar a Libras em sala de aula é o principal desafio. “Cada nova disciplina traz conteúdos a serem adaptados. É um processo continuado, mas os primeiros passos foram dados”. As informações são de assessoria.

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