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#Bahia: Assassino de motoristas de transporte por aplicativos morre em confronto com a polícia na RMS

Sávio da Silva Dias, Alisson Silva Damasceno, Daniel Santos da Silva e Genivaldo da Silva Félix foram mortos a sangue frio | FOTO: Montagem do G1 |

Uma ação deixou quatro motoristas de transporte por aplicativo mortos em Salvador na última sexta-feira (13). “Pulei e eles falaram ‘poca, poca, poca’ e começaram a dar tiros um atrás do outro. E eu embolando, embolando que eu pensei que era mato normal. Quando eu pisei [no chão], eu desci, a lama veio até o peito”, lembra o motorista sobrevivente da em entrevista à TV Bahia. O motorista contou que pediu para não ser morto e um dos suspeitos respondeu dizendo que a decisão não era deles.

“Eu falei ‘irmão, pelo amor de Deus, sou pai de família, vocês não têm necessidade de matar [as vítimas]’. Aí, ele falou: ‘Se dependesse de mim, não morria ninguém, mas quem manda é o coroa’. Ele disse que era para matar todo mundo'”, disse. Segundo o sobrevivente, depois da resposta de um dos suspeitos, ele pediu para conversar com Deus e teve o pedido aceito. No momento que o motorista rezava, a vítima, identificada como Genivaldo da Silva Félix, de 48 anos, tentou reagir e ele conseguiu fugir.

O motorista pulou em um barranco e se escondeu na lama para conseguir despistar os criminosos, que o perseguiram depois da fuga. Foi a vítima quem chamou a polícia e informou onde ocorreu o crime. “Aí quando eles [suspeitos] começaram a enrolar, aí perguntei ‘eu posso falar com Deus?’. Ele falou ‘pode’, aí foi o momento que eu falei, ‘o senhor é o Deus das causas impossíveis, eu estou no laço do passarinheiro, me tira do laço do passarinheiro, eleva meus olhos para os montes de um onde vem meu socorro, vem do senhor que veio do céu e da terra e quando chegou no final da oração do salmo 121’, o rapaz [suspeito] colocou a pistola em cima da geladeira para pegar o morto [uma das vítimas]”.

“Quando [o suspeito] foi pegar o morto, esse senhor de 48 anos [Genivaldo da Silva Félix] levantou correndo e pegou a pistola, quando ele pegou a pistola eles [os suspeitos] empurraram os paletes, que a cerca era palete, e tentaram pegar a pistola [da mão do motorista], foi o momento que eu saí das amarrações, puxei a do pé e saí só com o da boca”, contou o motorista. Genivaldo da Silva Félix foi o último a cair na emboscada dos criminosos, após aceitar uma corrida que tinha como ponto de partida a Rua do Nepal, no bairro de Jardim Santo Inácio.

Todas as outras vítimas foram atraídas para o mesmo local, uma a uma. Após a luta, Genivaldo foi assassinado pelos criminosos com golpes de facão. O sobrevivente também contou que ele precisou segurar em árvores para conseguir fugir. “Eu não conseguia sair andando, porque a lama estava até o peito. Então, eu segurava na árvore e rastejava, só que quando eu segurava, a árvore balançava e então eles atiravam na direção da árvore que estava balançando”.

O motorista disse que conseguiu chamar a polícia após chegar em área do presídio de Salvador, que fica no bairro da Mata Escura, próximo do local onde aconteceu o sequestro. “Quando eu cheguei no final [do barranco], eu vi os cachorros latindo e Deus falando, ‘os cachorros vão ser sua salvação, porque com certeza o segurança vai ouvir os cachorros latindo’. Quando eu cheguei próximo aos cachorros latindo já era a parte de cima em plano e não aguentava andar e Deus falava ‘levante que você vai voltar para casa, use toda a força que você tem'”.

“Eu levantei [da lama] e levantei o braço. Como é um local que acho que era do presídio, se eu não me engano, eu levantei a mão e o segurança já veio com a arma em punho, só que ele viu que eu estava todo sujo de lama, eu caí e não tinha mais força, caí e pedi socorro”, disse o motorista. Nesse momento, a vítima contou aos policiais que foi sequestrado e que os criminosos tinha atirado nos outros motoristas.

Jeferson Palmeira Soares Santos foi morto por policiais após confronto | FOTO: Divulgação |

“Foi o momento que primeiro eu ouvi os gritos, quando estava subindo e depois eu ouvi os tiros. Eu falei, eles estão matando os meus amigos. Eles me sequestraram, aí foi que o segurança me levou para a portaria, chamou apoio, aí a polícia chegou, foi o momento que eu dobrei o meu joelho e agradeci a Deus, que só Deus das causas impossíveis pode me salvar “, disse o sobrevivente. Os mortos são Sávio da Silva Dias, de 23 anos, Alisson Silva Damasceno, 27, Daniel Santos da Silva, 31, Genivaldo da Silva Félix, 48.

No local, foram encontrados os corpos dos quatro motoristas. Eles estavam enrolados em lonas de plástico. No mesmo bairro, três carros que seriam dos motoristas foram localizados. Outro veículo foi achado no pedágio da cidade de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Não há informações sobre o quinto carro.

Na tarde da sexta-feira, poucas horas após o crime, motoristas de aplicativos fizeram uma carreata pelas ruas de Salvador para pedir mais segurança. Segundo informações da Superintendência de Trânsito (Transalvador), o ato, que durou cerca de 4h, travou importantes vias da cidade, como Bonocô, Avenidas Paralela, Tancredo Neves e Luís Eduardo Magalhães, e também deixou o trânsito congestionado no Centro.

No sábado (14), a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que um dos suspeitos do crime morreu em confronto com policiais militares na noite da sexta, com um outro homem, que não tem relação com o caso. Com eles, segundo a SSP, foram apreendidos dois revólveres, sendo um calibre 38 e um calibre 32.

O traficante Jeferson Palmeira Soares Santos (foto em destaque), de 30 anos, foi morto em Salvador. Conhecido como Jel, ele teria ordenado as mortes ocorridas no bairro Mata Escura, na periferia da cidade. De acordo com reportagem do site Correio 24 horas, a morte teria sido realizada a mando de facções rivais a dele. Familiares confirmaram a sua relação com o tráfico para o jornal. Antes de ingressar na vida do crime, ele seria religioso, segundo relatou o pai ao jornal. Jornal da Chapada com informações de G1BA.

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