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Chapada: Comunidade quilombola de Inúbia reclama do descaso e cobra ação da prefeitura de Piatã

Moradores protestam durante manifestação em frente à escola em Inúbia | FOTO: Divulgação |

Moradores da comunidade quilombola de Palmeira, distrito de Inúbia, município de Piatã, na Chapada Diamantina, se reuniram na porta de escola municipal, na última quinta-feira (6), para cobrar a reforma solicitada há seis anos e registrada por meio de abaixo-assinado, em outubro de 2019, durante a sessão itinerante da Câmara Municipal. A comunidade solicita a construção de um muro ao redor da escola, uma cantina para o preparo da merenda e portas nos banheiros, para que a escola tenha condições mínimas de segurança e higiene.

Para o presidente da associação da comunidade, Valdemar Martins dos Santos, o correto seria ninguém comparecer na escola antes de atenderem ao pedido dos pais e mães dos alunos. “Entra cavalo na área da escola, cachorro, e o mato que tem em volta é arriscado para as crianças”. Depois que a escola foi emancipada de Inúbia para a comunidade, deixou de ser um anexo, passando da educação infantil para o público do ensino básico, mas as adequações não foram feitas. A cantina que existia ali virou a sala de professores, e os alimentos passaram a ser preparados e servidos em uma cozinha que fica há 200 metros da escola.

Segundo informações enviadas ao Jornal da Chapada, as condições dessa cozinha são péssimas. O armazenamento não é adequado e as crianças podem pegar bactérias pela falta de higiene desses lugares. Dairiane e Gilvanete, mães de alunas de 8 anos, se preocupam com o deslocamento das crianças todo dia para lanchar na outra escolinha. “Aqui passa carro, moto, e pode acontecer algum acidente com eles nesse trajeto”, disse uma. A outra complementou: “Fora a chuva, ou sol forte, que não tem jeito, eles têm que ir independente do tempo”. E, até o momento da reportagem, a merenda não havia sido entregue na comunidade. As crianças seriam liberadas mais cedo, caso estivessem com fome.

Para demonstrar a ausência do poder público, o morador Zé de Nana ampliou o leque de insatisfação. “Temos um antigo posto de saúde abandonado, quando temos que ir até Piatã [sede] é muito caro. E quando vieram os vereadores, na audiência pública da Câmara, não deixaram ninguém falar”, concluiu. Ele lembra que, no ano de 2019, foram gastos R$14,5 milhões em manutenção e desenvolvimento da Educação, conforme comprova com dados do site Portal da Transparência.

E, para a publicação desta matéria, via assessoria, o diretor da escola não deixou conhecer e fotografar as dependências do prédio público. O prefeito foi procurado, mas não estava na prefeitura. O secretário de Finanças, Marcos Paulo foi procurado e ficou de retornar o contato, após consultar a secretária de Educação do município, mas até o momento não houve retorno. As informações são de assessoria.

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