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#Brasil: Provedores de internet dão suporte no combate ao coronavírus mas temem apagão

O setor mostra-se preocupado com iniciativas tomadas por alguns governos estaduais e municipais | FOTO: Reprodução |

Neste momento de crise e isolamento social o segmento de provedores de internet já é considerado como um dos serviços mais essenciais para atender as demandas da sociedade. Entretanto, o setor mostra-se preocupado com iniciativas tomadas por alguns governos estaduais e municipais que podem estimular o não pagamento de contas, fragilizar as empresas de pequeno porte e gerar riscos de apagão. Os provedores regionais afirmam que as telecomunicações são equiparadas a outros serviços essenciais de forma equivocada.

Eles lembram que energia, água e esgoto são serviços públicos concedidos em regime de monopólio, onde o Estado garante a continuidade da prestação, independentemente das condições econômicas. Nas telecomunicações, porém, o serviço de banda larga e internet é prestado por empresas privadas, sendo a maioria de pequenos provedores, espalhados em todos os municípios e atendendo a um número expressivo da população brasileira.

Os provedores ressaltam que as operadoras de telecomunicações assumiram compromisso público junto à Anatel, para tratar com atenção especial as famílias mais carentes, pequenos comércios, órgãos públicos e outros setores essenciais a fim de que não fiquem desassistidos, sem acesso à internet nesse período de quarentena. Mas alertam que se a inadimplência for estimulada, sem riscos de cortes, os que mais precisam serão os principais prejudicados, uma vez que os provedores regionais não terão fôlego financeiro para continuar fornecendo conectividade. E isso em curtíssimo prazo.

Logo no início da pandemia os provedores baianos, através da Associação dos Provedores Regionais (ProBahia), se colocaram à disposição do governo estadual para participar das ações estratégicas de contenção do vírus, garantindo acesso gratuito à internet em hospitais e postos de campanha instalados provisoriamente na capital e no interior. O presidente da entidade, Othon Santana, informou que pelo menos um provedor de internet de pequeno porte atua em cada um dos municípios, com capacidade para prover a comunicação entre postos, municípios e estado. Em âmbito nacional os provedores de internet selaram parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC) para conectar 16 mil postos em todo o país, como medida de enfrentamento da pandemia.

O aumento expressivo do tráfego de internet, o deslocamento das redes corporativas para residenciais e a urgente necessidade dos governos para conectar unidades de saúde, instalar novos programas e serviços de suporte à população, além da adesão por escolas e universidades do ensino à distância em tempo recorde, são exemplos, segundo os provedores, de como a internet, que já era essencial, transformou-se em ferramenta imprescindível na vida das pessoas e fundamental para evitar o colapso da atividade econômica do país nesse momento inesperado de confinamento.

Os chamados pequenos provedores, capilarizados em todo o estado, são os que na verdade fazem a inclusão digital | FOTO: Reprodução |

Suporte com eficiência
Segundo levantamento da ProBahia, são cerca de 1.200 provedores regionais atuando em todos os 417 municípios baianos. Os chamados pequenos provedores, capilarizados em todo o estado, são os que na verdade fazem a inclusão digital e contribuem para mudar a configuração das perspectivas tecnológicas das cidades, e até das periferias dos grandes centros urbanos onde as operadoras não têm rede para atender.

O empresário Jackson Almeida, que atua no interior com um pool de provedores de pequeno porte, destacou que o segmento está cada vez mais organizado, melhor equipado e criando grupos de cooperação técnica e parcerias, que estão possibilitando investimentos conjuntos em redes de fibra óptica, tecnologia que sustenta conexões de alta velocidade. Por conta disso, segundo ele, os provedores regionais estão respondendo bem e com eficiência às urgências de conectividade que os tempos de confinamento estão exigindo. “Precisamos manter esse fornecimento e minimizar os efeitos do isolamento na vida das comunidades”, ponderou.

Segundo dados da Anatel, os pequenos provedores de internet encerraram o ano de 2019 como os principais fornecedores de banda larga fixa no Brasil. São 9,88 milhões de conexões realizadas, representando um aumento de 32,5% em relação ao ano de 2018. Esses números colocam o segmento que leva a internet para as regiões mais afastadas do país, à frente da Claro, empresa que lidera o mercado no ranking individual das operadoras e que encerrou 2019 com 9,6 milhões de conexões ativas. As informações são de assessoria.

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