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#Polêmica: Decisão do STF que determinou bloqueio de 17 contas em redes sociais não é cumprida; perfis seguem ativos

O ministro Alexandre de Moraes é relator do caso | FOTO: Reprodução/JH/Globo |

Perfis que tiveram determinação de bloqueio exigida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, seguem ativos nesta quinta-feira (28), mais de 24 horas depois da ordem da Justiça. O bloqueio de contas em redes sociais é parte do inquérito do STF que apura produção de informações falsas e ameaças à Corte — conhecido como “inquérito das fake news”. Na quarta-feira (27), a Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito. O ministro Moraes é relator do caso.

Foi exigido o bloqueio de 17 contas em redes como Twitter, Instagram e Facebook. Entre os alvos estão o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o empresário Luciano Hang, dono da Havan; os blogueiros Allan dos Santos e Winston Lima (veja a lista completa abaixo). Eles são aliados do presidente Jair Bolsonaro. Em nota, o Twitter disse que não comentaria o caso. Já o Facebook, que também é dono do Instagram, afirmou que ainda não foi notificado pela Justiça. O G1 apurou que contas no Twitter de dois alvos estavam suspensas já nesta quarta (27).

A primeira, de Reynaldo Bianchi, foi suspensa antes da ordem judicial. A outra é de Marcelo Stachin. Não é possível saber quando esta segunda conta foi suspensa. Uma conta com o nome de Stachin foi criada no mês de maio no Twitter, mas ela ainda não teve atividade na rede. Segundo a determinação de Moraes, o bloqueio é “necessário para a interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.

Moraes também determinou que seja expedido ofício para que as redes sociais preservem conteúdo e publicações dos perfis dos deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Silveira (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Junio Amaral (PSL-MG), Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP), e também dos deputados estaduais Douglas Garcia (PSL-SP) e Gil Diniz (PSL-SP). Eles devem ser ouvidos no inquérito em até 10 dias.

Os alvos da ordem de bloqueio são:
Luciano Hang (SC): empresário, dono da Havan, apoiou Bolsonaro durante a eleição de 2018 e segue aliado do presidente
Roberto Jefferson (RJ): ex-deputado federal preso no Mensalão. Seu partido, o PTB, declarou apoio a Bolsonaro em 2018. Nas redes, tem defendido o presidente e criticado o STF, pedindo que Bolsonaro aposente compulsoriamente os ministros
Allan dos Santos (DF): blogueiro, é apoiador de Bolsonaro e um dos fundadores do site “Terça Livre”
Sara Winter (DF): blogueira. Em uma rede social, se define como “ativista pró-vida e pró-família, analista política e conferencista internacional”
Winston Lima (DF): blogueiro, dono do canal no YouTube “Cafezinho com Pimenta”, onde transmite diariamente as falas de Bolsonaro na saída do Palácio do Alvorada. Promove manifestações de apoio ao presidente
Edgard Corona (SP): empresário, dono das redes de academia SmartFit e BioRitmo (SP)
Edson Pires Salomão (SP): assessor parlamentar do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP)
Enzo Leonardo Suzi (SP): youtuber no canal no YouTube “Enzuh” e apoiador do governo Bolsonaro
Marcos Bellizia (SP): um dos líderes do movimento “Nas Ruas”, que foi fundado em 2011 por Carla Zambelli, hoje deputada federal. O grupo organizava manifestações populares, em geral contra a corrupção
Otavio Fakhoury (SP): Investidor do setor imobiliário, um dos fundadores do partido Aliança para o Brasil, que está sendo formado em torno de Bolsonaro, e colaborador do site conservador “Crítica Nacional”
Rafael Moreno (SP): blogueiro, ativista do Movimento Brasil Monarquista e membro da Confederação Monárquica do Brasil
Rodrigo Barbosa Ribeiro (SP): assessor parlamentar do deputado Douglas Garcia (PSL) e líder do “Movimento Conservador” em Araraquara
Paulo Gonçalves Bezerra (RJ): empresário
Reynaldo Bianchi Júnior (RJ): humorista, músico e palestrante
Bernardo Kuster (PR): em uma rede social, se define como diretor de opinião do jornal “Brasil Sem Medo”. O veículo tem como presidente de seu conselho editorial Olavo de Carvalho, ideólogo do qual Bolsonaro se declarou, em 2019, um admirador
Eduardo Fabris Portella (PR)
Marcelo Stachin (MT): nas redes sociais, é defensor de Bolsonaro e com frequência se manifesta contrário ao STF

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