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#Bahia: Estado ocupa o segundo lugar no ranking nacional do desemprego; mais de 269 mil deixaram de trabalhar nos últimos meses

A taxa de desocupação na Bahia foi a maior do país | FOTO: Arquivo/EBC |

A pandemia do novo coronavírus trouxe grandes impactos financeiros para os brasileiros e agravou o problema da falta de postos de trabalho no país. A Bahia ocupa o segundo lugar no ranking nacional do desemprego. O engenheiro mecânico Ericson Benício, morador de Itapuã, sabe bem o que é isso e sofre na pele os efeitos da crise. Ele perdeu o emprego pouco antes da crise sanitária e, desde então, vem tentando se manter através de ‘bicos’. Ele já foi motorista de Uber, mas durante o isolamento social, o baixo movimento derrubou a rentabilidade do serviço. Com o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em atraso, ele teve que suspender a atividade. Pensando em uma solução, o engenheiro, que também tem moto, decidiu oferecer os serviços de delivery para uma casal de amigos, donos de um restaurante.

“Continuo em busca de emprego, mas as opções que surgem são todas fora da Bahia, na região Norte do país. Irei iniciar uma pós-graduação para ajudar na procura”, afirma o engenheiro. Ele conta que conseguiu receber duas parcelas do auxílio emergencial do Governo Federal, mas não foi aprovado para o benefício da prefeitura. A realidade de Ericson é a mesma de milhares de baianos. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Covid-19), divulgada no último dia 20 de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia ocupa o segundo lugar no ranking do desemprego no país, perdendo apenas para São Paulo.

Conforme informações do IBGE, entre junho e julho, mais de 269 mil baianos deixaram de trabalhar. Em São Paulo, foram 321 mil no mesmo período. Com a alta do desemprego, em julho a Bahia bateu recorde negativo. O estado registrou a menor taxa de população ocupada desde 2012, ano em que a pesquisa começou a ser feita. Outro dado que chama atenção é que 40,7% das pessoas com idade a partir de 14 anos estão sem ocupação. O setor informal foi o mais impactado, seguido pelo setor de alimentação e hospedagem e, em terceiro lugar, o de “outros serviços”, que inclui atividades como academias, lavanderias e salões de beleza.

Retomada da economia
Para reverter os impactos da pandemia na geração de emprego e renda, o Governo do Estado instalou uma comissão para preparação de um programa de retomada para o momento pós-covid. “Mas nós sabemos de todas as ações que fizemos durante a pandemia, como a contratação de costureiras para produção de dois milhões de máscaras, um edital de R$ 10 milhões para a produção da agricultura familiar. Foram medidas importantes para o período”, disse o titular da secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (Setre), Davidson Magalhães.

De acordo com ele, essa é a primeira vez no Brasil que temos um número maior de desocupados do que ocupados. O secretário estadual afirma que, apesar do Plano de Retomada da Economia, a situação atual “está muito distante de uma realidade de recuperação econômica”. Ericson, que sente de perto os efeitos da crise, também aponta uma solução. Para ele, a cidade precisa de um plano de desenvolvimento com foco no turismo. “É preciso [fazer] muitas obras para a retomada da economia. Teremos que contar com o turismo como válvula de escape. A população de Salvador vive do turismo”, argumenta. As informações foram extraídas do site Pernambués Agora.

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