O presidente Jair Bolsonaro apareceu na porta do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (9), sem ser convidado. A “visita” acontece durante a última sessão presidida pelo ministro Dias Toffoli no tribunal, que vai passar o comando do Judiciário para Luiz Fux na quinta-feira.
O anúncio da chegada do presidente foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, com certo constrangimento. “Eu vou interromper o discurso, presidente, porque o presidente da República adentra o nosso plenário”, afirmou Moraes. O ministro, que comanda o inquérito das Fake News, comentava sobre os ataques sofridos pelo STF nos últimos meses.
Após a fala de Moraes, os ministros Gilmar Mendes e Edson Fachin criticaram o autoritarismo. Mendes chegou a dizer que a presidência de Toffoli ocorreu enquanto “os Poderes se armaram”, em crítica explícita a Bolsonaro. Em seguida, Toffoli chamou Bolsonaro para se sentar ao lado dele na mesa da presidência.
“Para aqueles que não entendem o gesto de convidar o presidente da República para se sentar à mesa do STF, saibam que sempre que eu vou ao Congresso Nacional, eu sento à mesa, assim como próximo presidente sentará e assim como sempre será bem recebido o presidente Jair Bolsonaro e todos nós. O gesto de sua excelência nesse momento é um gesto em homenagem à corte. Uma homenagem ao Supremo. Uma homenagem à democracia”, justificou. Redação do site da Revista Fórum.
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Sem ser convidado, Bolsonaro causou climão agora à tarde no STF ao comparecer na sessão de despedida de Dias Toffoli da presidência do STF. Isso enquanto o ministro @Alexandre falava sobre as ameaças que a Suprema Corte vinha sofrendo pic.twitter.com/nbRZHydwV0
— George Marques 🏡🇧🇷 (@GeorgMarques) September 9, 2020
Frente a frente com Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, destaca que o Supremo foi ameaçado, assim como seus ministros, e diz que a harmonia entre os Poderes não significa que não deva existir independência entre eles.
— Renato Souza (@reporterenato) September 9, 2020