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Chapada: Casal extrai substância da planta utilizada em rituais religiosos para produzir óleos essenciais em Morro do Chapéu

Na destilação, a DMT, que nos faz sentir quase vivos ou quase mortos, não é volatilizada | FOTO: Eugênio Cerqueira |

Quando chegaram a Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, João Cerqueira, 59, e a esposa, Ana Cleude, 53, pensavam em descanso. Foi quando após participarem de um congresso, veio a ideia de investir em aromaterapia.

Do óleo pesado, partiram para a alquimia dos óleos essenciais, com as propriedades mais fortes da planta. O aroma é das folhas da árvore da jurema-branca (Mimosa verrucosa) composta, entre outras substâncias, pela dimetiltriptamina – a DMT -, produzida pelos humanos no nascimento, morte, sonhos e em contatos místicos.

Tiradas das árvores, são levadas a um destilador | FOTO: Eugênio Cerqueira |

É a primeira vez que ocorre a extração do óleo da espécie, ancestralmente utilizada em rituais religiosos, e agora associada a efeitos ansiolíticos, antibacterianos e antivirais.

O cheiro escapa do destilador e, em segundos, invade um galpão, em Morro do Chapéu. Segundo a publicação realizada pelo site Correio, o trabalho se inicia pela manhã, com a retirada das folhas das juremas na fazenda de João, dono da fábrica. Como não são arrancados ramos, nem galhos, duas semanas depois, as folhas voltam a nascer.

Tiradas das árvores, são levadas a um destilador. A 109 graus de temperatura, acontece um processo semelhante à destilação da cana-de-açúcar.

No lugar da cachaça, surge o vapor condensado que origina o óleo. “É um processo complexo, mas vale a pena. Nunca vi alguém falar que não adora esse cheiro”, revela João.

Na destilação, a DMT, que nos faz sentir quase vivos ou quase mortos, não é volatilizada, o que significa que não está presente no óleo. Mas permanecem, na fórmula, os compostos antivirais, antibacterianos e antifúngicos – como o eugenol, o óxido cariofileno e o terpinoleno. A matéria continua acessando o link.

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