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#Brasil: Na pandemia, 21% das famílias mais pobres do país estão sem renda, revela diagnóstico

Ainda de acordo com os dados, em 71% das famílias pelo menos um membro perdeu o emprego durante a crise | FOTO: Carol Garcia/GOVBA |

A pandemia do novo coronavírus, que causa a doença infectocontagiosa covid-19, reduziu ainda mais a renda das famílias brasileiras. Além disso, muitas delas não conseguiram acesso ao auxílio emergencial de R$600 do governo federal. Com isso, 21% dos mais pobres estão sem renda alguma, segundo um levantamento inédito feito pela empresa Bússola Social.

A pesquisa revela que 12,5% das famílias vivem com menos de R$500 por mês e 31,5%, com renda entre R$500 e R$1.000 mensais. Ainda de acordo com os dados, em 71% das famílias pelo menos um membro perdeu o emprego durante a pandemia. Todas essas informações resultaram no Diagnóstico Familiar, uma grande plataforma gratuita, que fornece informações em tempo real para a gestão de projetos sociais de Organizações Não Governamentais, empresas e do poder público.

Mais de 20 mil famílias em todo o Brasil, que são atendidas por projetos sociais, responderam aos questionários sobre renda, alimentação e distanciamento social durante a pandemia. “Fica muito difícil para as famílias garantir seu próprio sustento com a crise econômica e a situação foi se agravando com a pandemia. O grande objetivo da plataforma é ajudar e entender o que está acontecendo no Brasil para que as instituições possam planejar ações”, explica Áureo Giunco Júnior, co-fundador da Bússola Social e idealizador do Diagnóstico Familiar.

Sem uma fonte de renda, as famílias não têm acesso a alimentos básicos e dependem de doações. Para 14,1% a única maneira de conseguir comida é com a ajuda de outras pessoas. Além do aperto na renda, a inflação está pressionando ainda mais quem ganha menos. No ano, o Indicador Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de Inflação por Faixa de Renda para as famílias muito pobres acumula alta de 1,5%. Para os mais ricos, há retração de 0,07% no índice.

“Deveria haver uma distribuição de renda de forma emergencial para as pessoas terem acesso a comida. É garantir a assistência mínima e direitos básicos. O governo precisa também planejar como vai se dar a retomada econômica, mas como as pessoas que perderam o emprego serão recolocadas no mercado de trabalho”, avalia Giunco.

Auxílio emergencial
Instituído em abril para conter os efeitos da pandemia sobre a população mais pobre e os trabalhadores informais, o auxílio emergencial começou a ser pago com parcelas mensais de R$600 reais a R$1.200 (no caso das mães chefes de família) a cada beneficiário. Inicialmente projetado para durar três meses, o benefício foi estendido para um total de cinco parcelas.

No começo de setembro, o governo começou a pagar mais uma prorrogação do benefício, mas desta vez com um valor menor, de R$300, e que vai até o fim do ano. O governo federal já distribuiu mais de R$197 bilhões em auxílio emergencial para 67,2 milhões de beneficiários do programa em todo o Brasil. Cerca de 45% dessas pessoas vivem nas regiões Norte e Nordeste do país. Com informações da Empresa Bussola Social.

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