Ícone do site Jornal da Chapada

#Chapada: Projeto contempla comunidades quilombolas de Jacobina com programações teatrais adaptadas devido à covid

As atividades foram realizadas de maneira online | FOTO: Montagem do JC |

O município de Jacobina, na Chapada Norte, recebeu programação teatral nas comunidades da região promovida pela ‘Companhia Sarau das Seis’. Teve transmissões ao vivo, publicação de vídeo e exibição em telão, tudo adaptado ao momento atual da crise sanitária causada pelo novo coronavírus. O projeto ‘Regressiando’, que aconteceu entre os dias 11 e 14 de fevereiro, realizou uma série de atividades gratuitas com encerramento na sede do Quilombo Urbano Atabaque, apresentando o espetáculo ‘Rua dos Encantados’.

Conhecido como ‘Quilombo Erê’, a comunidade recebeu um telão para assistir o espetáculo e os moradores participaram de um bate-papo com o elenco, trocando experiências sobre arte na periferia e questões sociais. “Acho extremamente importante o projeto se estender para bairros periféricos, porque ele descentraliza o acesso à cultura que é extremamente importante. Achei tudo muito encantador, abordando temas que são extremamente pesados, porém, com alívios cômicos, a gente consegue assistir a peça aliviada”, disse a estudante e artesã Ianna Bomfim.

A professora Juliana de Sena também assistiu a transmissão no telão do quilombo urbano e contou que ficou emocionada com as histórias dos personagens. “Eu me arrepiei em vários momentos. Gostei mesmo de quando você entendia qual era o tema, especialmente por ser mulher. Quando ela falou que a cada onze minutos uma mulher é morta, do povo preto sendo morto, eu me arrepiava naqueles momentos”, disse.

A comunidade recebeu um telão para assistir o espetáculo | FOTO: Montagem do JC |

E para o professor Joedson Alves, “foi muito interessante a ideia de trazer isso aqui pra Bananeira, principalmente por ser um bairro quilombola e o espetáculo tratar de assuntos referentes à racismo, preconceito e discriminação. É interessante que esses temas saiam do meio acadêmico e venha até o povo mesmo, venha nas periferias e com essa linguagem para falar de uma forma mais simples pra todo mundo”, pontuou.

Para a atriz Lua Mandala, esse momento foi “um presente, porque esse é o nosso lugar, é o meu lugar, o Teatro faz parte da minha vida. Mesmo a gente estando ali, apresentando de corpo presente, esse novo formato onde as pessoas não vão estar com a gente é desafiador”, completou. O projeto tem apoio financeiro do Governo da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, do governo federal.

Jornal da Chapada

Sair da versão mobile
Pular para a barra de ferramentas