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#Chapada: Projeto valoriza tradições e promove inclusão digital de comunidade quilombola em Palmeiras

Ações beneficiam os quilombolas de Corcovado | FOTO: Divulgação |

O projeto de Desenvolvimento Territorial do Quilombo de Corcovado, no município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, que encerrou as atividades presenciais na última sexta-feira (09), buscou preservar a memória e as tradições culturais, a geração de renda, requalificação produção culinária, fortalecimento do artesanato e a promoção da inclusão digital. A iniciativa, contemplada com recursos de R$200 mil pelo edital de Preservação das Matrizes Identitárias Jaime Sodré 2020, via Lei Aldir Blanc de Incentivo à Cultura, transforma, desde janeiro deste ano, a realidade da comunidade quilombola de Corcovado.

Do total investido, R$80 mil foram destinados à remuneração de moradores e R$70 mil à aquisição de equipamentos, como batedeira e fogão industrial, violões elétricos, mesa de som e caixas acústicas, matéria-prima para o artesanato e notebooks, impressoras, câmera digital e smartphones, entre outros. Segundo a coordenadora geral Milena Velloso de Azevedo, o projeto extrapolou o planejamento inicial de três eixos de atuação: valorização da chula, fortalecimento do artesanato e requalificação da cozinha industrial.

O projeto de Desenvolvimento do Território Quilombo de Corcovado tem apoio financeiro do Estado da Bahia | FOTO: Divulgação |

“No decorrer do trabalho, a gente foi percebendo que não dava pra dissociar as demandas atuais da luta histórica da comunidade por direitos e dos desafios que ainda tem pela frente. E essas pontas, entre o presente o passado e o futuro, foram amarradas com a inclusão das oficinas de informática, foto, vídeo, redes sociais e elaboração de projetos, realizadas mediante pedido de remanejamento”, explica Milena, por meio de nota de assessoria.

“De uma equipe de 17 pessoas que estão atuando de forma remunerada na execução deste edital, 12 são mestres, assistentes e jovens monitores do próprio Corcovado e apenas cinco profissionais não pertencem à comunidade”, pontuou Milena, em nota. Com o agravamento da pandemia de covid-19 em todo o país, os protocolos sanitários foram reforçados.

As oficinas de chula, por exemplo, foram restritas ao espaço e ao público internos da comunidade, com o objetivo de proteger os idosos, que são os maiores guardiões desta manifestação da cultura local. Enquanto que, nas oficinas de artesanato, informática, vídeo, foto e redes sociais, os alunos foram orientados sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras em todas as atividades.

Documentário
O Corcovado é reconhecido como uma comunidade remanescente de quilombo pela Fundação Palmares desde 2007. Contudo, os direitos fundamentais como acesso à água e energia elétrica só foram conquistados a partir da organização da comunidade em torno da associação, fundada no ano seguinte.

Situado a 12 km de distância da sede do município de Palmeiras, o Corcovado ainda luta contra o isolamento e o abandono do poder público. A única via de acesso a serviços essenciais, como escola, posto de saúde, farmácia e mercados, é uma estrada sem pavimentação que passa pelo lixão da cidade e não dispõe de linha regular de transporte.

E conforme o projeto, essa história ganhará um registro histórico em formato de curta-metragem, de autoria do cineasta Rafael Lage (Malucos de Estrada II, A Criminalização do Artista). A previsão é que a obra seja concluída e exibida, em primeira mão, na sede da associação local, em evento que marcará a culminância do projeto.

O projeto de Desenvolvimento do Território Quilombo de Corcovado tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – Programa Aldir Blanc Bahia – via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, governo federal.

Jornal da Chapada

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