O uso de um coquetel emergencial contra a covid-19 foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira (20). Esse medicamento é uma combinação entre dois remédios experimentais produzidos pela farmacêutica suíça Roche em parceria com a empresa de biotecnologia americana Regeneron.
O coquetel contém os remédios chamados casirivimabe e imdevimabe (REGN-COV-2), e tem em sua composição o princípio de atuar em ligação com a coroa do vírus de forma que possa impedir a entrada do vírus nas células ainda não infectadas para replicar o material genético, controlando a doença.
A medicação será utilizada em pacientes no início da doença, que tenham idade avançada, obesos, aqueles que têm doença cardiovascular, hipertensão, doença pulmonar crônica, aids, diabetes, doenças respiratórias, doença renal crônica e doença hepática, entre outras comorbidades e que apresentam alto risco de desenvolver progressão para um quadro grave da covid-19.
Não será permitido a comercialização ou venda em farmácias, o uso do medicamento é restrito para hospitais, em uso ambulatorial, com prescrição médica e apenas para os pacientes no início da doença, que apresentam sintomas leves da doença. O coquetel não é recomendado para uso precoce ou preventivo.
A aplicação do coquetel é através de intravenosa e deve ser administrada logo após a confirmação, com até dez dias após o início dos sintomas. Está liberado o uso do medicamento para pacientes a partir de 12 anos, que pesem mais de 40kg, que não necessitem de suplementação de oxigênio e não apresentem o quadro grave da doença.
De acordo com Gustavo Silva Santos, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, o coquetel usa dois anticorpos monoclonais que trabalham para neutralizar o vírus, fornecendo “anticorpos extras” para os pacientes. “A ideia desse produto é que nesses pacientes se mimetize o que seria a resposta imune natural dos anticorpos produzidos em células e que essa produção extra-humana de anticorpos ajude a promover a ação imunológica”, pontuou.
“Esse produto não é recomendado para quem já está na situação grave da doença. Para aqueles que já estão internados se observa uma piora no desfecho clínico quando administrado em pacientes hospitalizados com covid-19 que necessitam de suplementação de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica”, completou.
As pesquisas realizadas pelos fabricantes apontaram que o uso dos medicamentos registrou uma redução de 70,4% na hospitalização ou morte, em pacientes ambulatoriais que fizeram o uso do coquetel desde o diagnóstico da doença. Os resultados foram constatados em até 29 dias após início do tratamento. Jornal da Chapada com informações da Agência Brasil.