Dentre os inúmeros benefícios alcançados pelo Projeto de Desenvolvimento do Território Quilombo de Corcovado, no município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, estão a geração de renda, requalificação da produção culinária, fortalecimento do artesanato e promoção da inclusão digital.
O trabalho, financiado pela Lei Aldir Blanc, foi encerrado, pelo menos nesta etapa, com a exibição do filme Quilombo de Corcovado, Ancestralidade, no qual foi projetado na parede da Igreja Irmã Dulce dos Pobres, situada na comunidade remanescente.
Sendo captadas a partir de cenas do cotidiano, em três meses de convivência com os habitantes, as imagens mostram resistência para superar as adversidades, que são quase as mesmas enfrentadas pelos antepassados.
“Já passamos por muitas dificuldades, muitos preconceitos e a gente supera dessa forma: vendo que a gente também tem uma bela história”, ressalta a presidente da Associação da Comunidade Quilombola de Corcovado, Vilma Novais, ao agradecer ao cineasta pelo filme.
Corcovado é reconhecido como comunidade remanescente de quilombo, desde 2007, pela Fundação Palmares. Na região, o acesso à água e energia só foi alcançado também em 2007, após se organizar como sociedade civil. O local fica a 12 quilômetros da sede do município de Palmeiras.
A comunidade quilombola do Corcovado tem como a única via de acesso uma estrada de chão, que passa pelo depósito de lixo da cidade, e não tem acesso à linha regular de transporte.Além disso, os moradores são carentes de prestação de serviços essenciais, como saúde e educação, mesmo tendo abolição formalmente decretada há 133 anos.
Jornal da Chapada