Procurado pela polícia por exatos 20 dias, Lázaro Barbosa foi morto durante a caçada nesta segunda-feira (28). Enquanto esteve vivo e aterrorizando a região de Cocalzinho de Goiás, o criminoso foi comparado ao cangaceiro Lampião (1898-1938) pela astúcia em fugir da polícia e pela crueldade em relação às suas vítimas. Estes dois aspectos são apenas alguns entre estes dois famosos fora-da-lei. O Metro1 selecionou os principais pontos da trajetória que une o Rei do Cangaço ao baiano de Barra do Mendes.
1- Separados por 90 anos
Virgulino Ferreira da Silva, que mais tarde viria a se tornar Lampião, nasceu em 1898 em Serra Talhada, uma pequena cidade do centro-norte de Pernambuco. Exatamente 90 anos depois, nasceu Lázaro Barbosa, em 1988. Veio ao mundo na cidade de Barra do Mendes, região centro-norte da Bahia.
2 – Cidade de coronel e onde Corisco morreu
A cidade de Barra do Mendes tem uma curiosa relação com o banditismo do qual Lampião foi o grande nome no século XX. O nascimento da cidade tem a ver com uma invasão provocada pelo Coronel Horácio de Matos à região, que antes pertencia ao município de Brotas. Horácio de Matos foi um grande coronel da região da Chapada e era respeitado por andar com seus jagunços de prontidão.
Outra curiosidade é que a cidade de Barra do Mendes foi o local onde Corisco, braço direito de Lampião, foi assassinado, aos 32 anos, em 1940.
3- Precoce no crime
Aos 23 anos, após ver seu pai morrer assassinado em confronto com a polícia, Lampião passou a fazer parte do cangaço, atuando no bando de Sinhô Pereira. Bom de tiro, de lá formaria seu próprio grupo, tornando-se famoso pelas suas ações. Lázaro foi ainda mais precoce. Aos 19 anos foi preso por suspeita de roubo, estupro e porte ilegal de armas.
4 – Astúcia para fugir da polícia
Lampião ficou célebre por suas várias táticas de guerrilha para fugir dos policiais, à época chamados de “macacos” pelos cangaceiros. Uma das suas principais táticas era o sistema de cobertura. Ele deixava o grupo de policiais se aproximar do seu bando, mas colocava um destacamento de prontidão atrás para emboscar os meganhas. A tática funcinou muitas vezes e foi responsável por muitas fugas mirabolantes dos cangaceiros.
Embora aparentemente atuasse sozinho, Lázaro também contou com a inteligência para driblar as forças armadas que tentavam capturá-lo. Uma das principais táticas foi colocar as sandálias para trás e despistar o rastro enquanto caminhava no sentido inverso ao mostrado pelas pegadas.
5 – Crueldade
A forma como tratava suas vítimas, com crueldade e perversão é um traço comum entre o Rei do Cangaço e Lázaro. Lampião costumava degolar suas vítimas, estuprar mulheres e mutilar alguns dos sobreviventes. Lázaro, igualmente, é acusado de violência sexual, assassinato sem piedade e provocar mutilações.
6 – Dia da morte
Lampião e Lázaro, ambos, morreram em um dia 28. Lampião foi abatido na fazenda Angicos, no sertão de Sergipe, no dia 28 de julho de 1938. Já Lázaro morreu com tiros disparados dentro de um helicóptero da polícia no dia 28 de junho de 2021.
7 – Culto ao criminoso
Ainda em vida, mas principalmente depois de morto, Lampião foi cultuado como um ‘Robin Hood sertanejo’, que tirava dos ricos para ajudar os pobres. Ou mesmo como um símbolo de resistência nordestina aos poderosos coronéis que oprimiam o povo. Duas narrativas fantasiosas. Ainda que tenha feito algumas ações em povoados mais humildes (como distribuir dinheiro), Lampião costumava saquear vilas e promover arruaças e vários tipos de violência.
Defendido por muitas pessoas nas redes sociais, com memes, figurinhas e vídeos, Lázaro assassinou uma família inteira em Cocalzinho de Goiás. Sua ficha criminal inclui assassinatos a facada, roubos, tortura e estupro. A redação é do site Metro1.