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#Brasil: Sobrecargas profissionais podem levar ao aumento da Síndrome de Burnout; entenda mais aqui

O termo burnout significa, na tradução livre, queimar por inteiro | FOTO: Divulgação |

As sobrecargas profissionais, acúmulo da função, metas, plantões, cobranças e reconhecimento profissional – tudo isso está levando ao aumento da síndrome de Burnout, que vem sendo a queima total da saúde profissional, visto que, o termo burnout significa, na tradução livre, queimar por inteiro.

Conforme especialistas, além da sobrecarga profissional, há o medo de contrair a covid-19, perda de familiares, trabalho em home office, desemprego, o que se tornam fortes gatilhos para a explosão de casos da síndrome de burnout, síndrome que na década de 70 era atribuída exclusivamente aos profissionais de saúde, que se sobrecarregavam nos plantões e atendimentos médicos.

Segundo pesquisa divulgada em 2020 pela Microsoft, 44% dos brasileiros ouvidos mostraram sintomas da doença durante a pandemia, o maior entre oito países pesquisados. De acordo com o psiquiatra Francisco Medauar, é como se o trabalho se tornasse um peso para a pessoa e ela desenvolvesse um sofrimento para exercer a função profissional.

“Se percebe a queda de produtividade, com prejuízos de memória e concentração. O paciente com síndrome de burnout fica mais irritado, tem oscilações mais frequentes de humor, chegando a ter crises de choro e ‘explosões’ em quadros mais graves”, analisa.

Conforme pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma-BR), em 2019, 72% dos brasileiros sofrem algum tipo de stress, sendo 32% diagnosticados com burnout. Ainda somente em 2019, 20 mil pessoas pediram afastamento do trabalho por conta de doenças mentais, antes da pandemia. Contudo, o número pode ser ainda maior, visto que nem todos conhecem a doença.

Segundo especialistas, quando a doença estoura, é preciso procurar ajuda de profissionais de saúde, como psiquiatra, que vai diagnosticar a síndrome. Já o tratamento é feito por medicamentos controlados, além de terapia.

“O tratamento normalmente é com antidepressivos e ansiolíticos. Os antidepressivos tratam e os ansiolíticos vão aliviar os sintomas até que os antidepressivos façam efeito. Além disso, a gente fala na psicoterapia e nas práticas integrativas e complementares, que são meios mais naturais, não-medicamentosos para o paciente se sentir melhor. Quem decide o momento do retorno é o profissional que assiste o paciente”, explica Francisco Medauar.

A síndrome de burnout é considerada uma doença ocupacional pelo Ministério do Trabalho e tem amparo jurídico. Mas apesar disso, nem sempre a empresa reconhece que a síndrome foi ocasionada pelo empenho do seu funcionário.

As profissões que lideram a lista são profissionais de saúde, seguidos de policiais, bancários e jornalistas. Além disso, foi constatado que mulheres sofrem muito mais desta doença do que os homens. “A mulher naturalmente tem um acúmulo de funções não apenas no trabalho. A síndrome é um esgotamento devido ao trabalho, mas outras coisas ajudam neste processo. É como um copo transbordando de água. O homem trabalha, mas a maioria não tem afazeres domésticos. Não assumem isto”, pontuou a psiquiatra Patrícia Portella.

Patrícia ainda explica a melhor forma de evitar a síndrome de burnout. “Na vida pessoal, vivemos no mundo de aparências, com muita superficialidade nas redes sociais. O mundo das redes sociais não condiz com nossa realidade atual de muita pressão. Isso ajuda também na frustração. No trabalho, pensamos apenas em metas, metas, metas e metas. Se você atinge uma meta, é preciso dobrar. O modelo antigo de gestão precisa mudar, pois o mundo está mudando. Não somos máquinas e temos nossos limites naturais. Ninguém é perfeito”, completa Patrícia. Jornal da Chapada com informações de texto base do Correio 24 horas.

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