Em depoimento à CPI do Genocídio, William Santana, técnico que faz a consultoria de importação no Ministério da Saúde, afirmou que detectou erros na invoice (nota fiscal internacional) que podem ter barrado – ou, ao menos, retardado – o esquema de corrupção na compra da vacina Covaxin pelo governo Jair Bolsonaro. Entre os erros, estava a previsão de pagamento adiantado, o que não era determinado no contrato.
“No mesmo dia encaminhei o pedido de correção para a empresa, tendo a empresa informado que ia corrigir. Também solicitei alteração de pagamento que estava na condição antecipado. Telefonei e pedi a correção. Na segunda vez não foi corrigido e mandei por escrito […]Isso foi na segunda invoice. Ela sempre se prontificou a fazer as correções que pedíamos. A primeira vez liguei e apontei que descrevia pagamento antecipado”, disse Santana aos senadores nesta sexta-feira (9).
Um Golpe de 45 milhões de dólares foi impedido por um servidor público e por um consultor técnico!
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) July 9, 2021
Além da questão do pagamento, Santana diz ter identificado erros no número de doses e que a invoice vinha no nome de uma empresa em Singapura, Madison, e não no da Barath Biotech, laboratório que produz a vacina. “É o dinheiro que ia parar em um paraíso fiscal”, completou a senadora Simone Tebet (MDB-MS), em referência à empresa sediada em Singapura.
Nas redes sociais, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que “um golpe de 45 milhões de dólares foi impedido por um servidor público e por um consultor técnico”, em referência a Santana e ao servidor Luís Claudio Miranda, irmão do deputado Luís Miranda (DEM-DF), que denunciou o esquema. “É isso que estamos tomando conhecimento em tudo que já ouvimos aqui na CPI e o que estamos ouvindo hoje do servidor do MS William Amorim”, tuitou Rodrigues. A redação é do site da Revista Fórum.