O escritor Paulo Coelho, de 73 anos, disse que “o país está se desintegrando a olhos vistos”. Ele deu entrevista à Folha de S.Paulo, publicada na noite do último sábado (17).
“Não há uma pessoa com quem eu converse hoje em dia que não saiba quem é o presidente do Brasil. Hoje, o Brasil é um dos países mais execrados no mundo, por mais que a gente fale coisas para defender. Bolsonaro é a figura folclórica do momento”, disse.
Paulo Coelho mora em Genebra, na Suíça, há quase 15 anos. No dia 14 de julho, ele se ofereceu para fazer uma doação de R$145 mil, por meio de sua fundação, para o Festival de Jazz da Bahia, depois que o apoio financeiro da Lei Rouanet foi recusado pela Funarte.
“A Fundação Coelho & Oiticica se oferece para cobrir os gastos do Festival do Capão, solicitados via Lei Rouanet [R$145,000] Entrem em contato via DM pedindo a alguém que sigo aqui que me transmita Única condição: que seja antifascista e pela democracia”, publicou Paulo Coelho.
Uma das justificativas para a recusa foi o evento ter se colocado como “antifascista e pela democracia”. “O governo vetar porque o evento se colocou dessa maneira é uma coisa muito louca! Li aquele parecer absurdo, que cita [o compositor Johann Sebastian] Bach. O que é isso? É uma barbaridade”, explicou.
A doação causou embate entre Paulo Coelho e o secretário de cultura, Mário Frias. O escritor ainda criticou a condução do governo Bolsonaro no combate à pandemia de covid-19.
“Não podia ser pior. E não sou só eu que enxergo isso, é o mundo inteiro. Esses são os 2 cartões postais do Brasil hoje: as queimadas e a maneira como o país geriu a pandemia. Todo mundo acha isso uma barbaridade. E vai tentar explicar para eles… ‘Ah, mas vocês elegeram o Bolsonaro’. Eu não elegi ele!”, disse.
“O Brasil não é o Bolsonaro. Já falei antes: ele vai passar feito uma pedra nos rins. É sofrimento, mas vai passar”, concluiu. A redação é do site Poder 360.