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#Brasil: Irmão de Luis Miranda diz à PF que trocou celular e não guardou conversas sobre pressão por vacina

O servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda | FOTO: Agência Senado |

O servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado federal Luis Miranda (DEM-DM), disse à Polícia Federal (PF) que não possui cópia de segurança das mensagens cujo teor, de acordo com ele, exibe a pressão recebida por dirigentes da pasta pela compra da vacina indiana Covaxin.

Ricardo, que foi ouvido na semana passada no inquérito que apura irregularidades nas negociações do imunizante, disse que trocou de celular e não fez backup com os arquivos originais da conversa.

De acordo com a colunista Bela Megale, do jornal ‘O Globo’, Ricardo teria trocado seu aparelho em março, mesmo mês em que as suspeitas envolvendo as negociações da Covaxin foram levadas pelos irmãos Miranda ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O servidor pontuou que fez “prints” das mensagens e encaminhou a seu irmão, embora as imagens digitais também não tenham sido entregues por ele para a PF. “Apesar de meu irmão não ter o aparelho antigo, mas todas conversas ele printou, ele encaminhou para mim. Provas existem. E eu quero colaborar. Vou entregar tudo que for necessário para contribuir com a investigação”, disse o deputado.

“Tudo aqui que meu irmão não tem mais, ele me mandou na época. Eu tenho. Não tem nada deletado aqui. Na PF, eu entrego tudo”. No entanto, a reportagem afirma que os investigadores teriam estranhado a troca de celular em meio ao caso, no qual os arquivos originais não foram guardados pelo servidor.

Segundo a colunista, decisões recentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) têm considerado que “prints” sem acesso aos arquivos originais não podem ser consideradas como provas válidas. Além disso, o servidor também contou à PF, em seu depoimento, que não gravou a conversa que teve com o presidente Bolsonaro sobre as irregulareidades na compra da Covaxin.

Caso
Ricardo e o irmão, o deputado Luís Miranda (DEM-DF), afirmaram que o presidente Jair Bolsonaro foi alertado no dia 20 de março sobre as suspeitas envolvendo a negociação da Covaxin. As declarações da dupla sobre a Covaxin arrastaram Bolsonaro ao centro da apuração da CPI.

O governo fechou contrato para compra de 20 milhões de doses da Covaxin em 25 de fevereiro, pelo valor de R$ 1,6 bilhão. Fabricada pela Bharat Biotech, a vacina é negociada no Brasil pela Precisa Medicamentos.

A existência de denúncias de irregularidades em torno da compra da Covaxin foi revelada pela Folha de São Paulo no dia 18, com a divulgação do depoimento sigiloso ao Ministério Público Federal do servidor, que é chefe da divisão de importação da Saúde. Jornal da Chapada com informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo e Folha de São Paulo.

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