O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na tarde desta sexta-feira (23) que não responderá à carta enviada pela CPI do Genocídio na qual senadores o pedem para que confirme o teor dos depoimentos, ou não, do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que acusa o líder extremista de ter conhecimento sobre as ilegalidades cometidas no escândalo Covaxin.
Há 15 dias, quando a correspondência foi encaminhada ao Planalto, Bolsonaro limitou-se a dizer, na sua ‘live’ semanal, “caguei”. Agora, a versão do presidente é de que, se os senadores o tivessem “convidado para uma audiência”, ele iria e “conversaria”.
“Você pode ver: uma das últimas ações deles foi fazer um arrazoado de perguntas. Vieram aqui, não falaram comigo, ficaram fazendo um carnaval na imprensa para eu responder rapidamente vários questionamentos da CPI. Eu não vou respondê-los, eu não vou respondê-los, eu não tenho essa obrigação. E outra: poderiam me pedir uma audiência, eu conversaria com eles”, alegou o chefe do Executivo.
Mesmo com a versão aparentemente mais branda sobre o episódio da carta, Bolsonaro voltou a atacar os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Senado Federal para investigar as ações catastróficas de seu governo durante a pandemia.
“Nós sabemos qual a intenção de Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues… No passado, olha só como se desmascara tudo isso aí de forma documental, emendas de Aziz e Renildo Calheiros do PCdoB, irmão de (Renan) Calheiros, tendo como relator uma proposta nossa que tratava sobre saúde, relatada por Rodrigues, eles queriam que estados e municípios comprassem vacina certificação da Anvisa e sem licitação”, acusou, ainda que sem deixar claro ao que se referia.
Antes de encerrar a breve conversa com jornalistas, sempre em tom alterado, o presidente tornou a lançar suas bravatas e repetiu a frase já utilizada antes de que “ninguém vai tirá-lo da Presidência da República”, exceto o Criador.
“Tenho dito que só Deus me tira daqui. Não é que não vão achar, não tem um só desvio de conduta da minha parte. Estamos há dois anos e meio sem nada de corrupção no governo”, argumento, ignorando os inúmeros escândalos criminosos e de ilegalidades que têm envolvido sua administração. A redação é do site da Revista Fórum.