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#Chapada: População da rua da ‘Panelada’, em Rio de Contas, atua em movimento para a retomada da cultura indígena

A população pede reconhecimento também do Ministério Público Federal | FOTO: Divulgação |

A população da rua conhecida como ‘Panelada’, localizada na cidade de Rio de Contas, na Chapada Diamantina, está em movimento de retomada étnica da cultura indígena. Conhecidos como ‘Povo da Panelada’, eles começaram a se designar como ‘Povo Kariri da Panelada’ desde o dia 6 de agosto.

A retomada da cultura indígena de aproximadamente 100 famílias aconteceu após uma reunião, no qual a comunidade optou por este nome étnico. “Entendemos que uma das nossas matrizes ancestrais é formada pela grande família Kariri que transit”, pontua a carta aberta que vai ser entregue ao órgão indigenista, Fundação Nacional do Índio (Funai), após término dos trâmites legais.

Conforme um dos moradores, Paulo Mineiro, 50 anos, que está à frente desta retomada étnica, a história é antiga e eles estão em busca desse reconhecimento pela Funai. “Sempre sabemos que éramos todos índios, mas o tempo foi passando e a gente não tomou providência. Nossas mães, avós falavam que éramos tudo de família de índio e não tínhamos orientação de como poderíamos buscar esse direito que temos”.

Por meio de carta aberta, a população pede reconhecimento também do Ministério Público Federal (MPF), Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia (SJDHDS), Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAÍ) e Conselho Missionário Indígena (CIMI).

“Estamos vivendo os processos de identificação, reconhecimento, nominação e territorialização. Portanto, não aceitamos mais a invisibilidade que, desde 1850, tem nos vitimado, sobretudo no Nordeste do Brasil e, como povo originário”, diz a carta da população que está na comunidade há mais de 100 anos.

Márcio Matos, 36 anos, egresso do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFBA, e que fez uma pesquisa (confira aqui) sobre a presença indígena na localidade afirma que é um movimento que está em dinâmica. “[População] sempre se reconheceu e foi reconhecida como um grupo de indígenas”, diz.

Durante sua pesquisa, o que indagou Márcio foi justamente o fato de os estudos antropológicos realizados no município não mencionarem a presença de remanescentes indígenas.

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